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"Só o oco e os caboré cantando dentro" diria um caririense. |
Depois de mais de dois anos, cá estamos de volta a escrita nesse blog. E se volto a escrever, é porque voltei a participar de uma corrida "valendo". O último páreo havia sido no distante março de 2020, aquele mesmo, quando a Terra parou.
De lá pra cá, até participei de eventos em 2021 que podem ser considerados corridas (Corrida da AMA /Sobral em setembro e aniversário da Sprint em outubro), mas como não havia cronometragem e/ou medalha, então não fiz o relato. O aniversário da Sprint teve medalha. Eu até podia ter feito o relato, pois foi uma corrida divertida. Spoiler: se tivesse pódio eu tinha subido. Já pensou? Mas na época deu preguiça de escrever. Posso até escrever ainda... O número tá reservado: seria a corrida #60. Vamos ver ai... Sei lá!
Apesar de não ter parado de praticar corrida de rua, é fato que o meu compromisso com este esporte enfraqueceu bastante. Por outro lado, aprendi muitas outras coisas que me direcionaram melhor na vida: alimentação, jejum e adoção de alguns princípios na prática da corrida de rua.
Bom, vamos aos fatos que observei na IV Meia Maratona de Sobral. Para recapitular, a III Meia Maratona de Sobral tinha sido em 2019, por ocasião do 246º aniversário da cidade. Na edição de 2022, algumas novidades: realização da Meia Maratoninha gratuita para as crianças, na sexta-feira, e a demora na divulgação da realização da corrida (iniciada apenas 28 de junho). Sem pensar 2 segundos, fiz minha inscrição nos 21km (R$ 75,00).
A Meia Maratoninha foi realizada na pista de atletismo da Vila Olímpica de Sobral (que aliás, está linda!). Baterias por idade (de 1 a 15 anos) e medalhas para todas as crianças que participaram. Também havia hidratação para os pequenos e ambulância em caso de necessidade. Começou por volta das 17h e antes das 20h tava todo mundo em casa. Ufa! Os atletas daqui de casa, participaram, claro.
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Tudo bem direitinho na Vila Olímpica. |
Também na Vila Olímpica estavam sendo entregues os kits para os corredores de sábado a noite. Aproveitando a viagem para a Meia Maratoninha peguei o meu kit. Tudo muito rápido e organizado. Aquela sacochila de lei, garrafa, copo, número de peito com chip junto e camisa muito boa. O kit também poderia ser retirado no sábado.
Chegado o grande dia, me dirigi ao local da prova por volta das 17h. No caminho, o pessoal do apoio já estava posicionado (Guarda Civil, staff, Policia Militar). Cheguei, aqueci, fui na farmácia comprar um gel por precaução, encontrei alguns velhos conhecidos da Sprint e ficamos lá, conversando miolo de pote (e ensinando pra uma carioca o que significa esta expressão tipicamente cearense).
Como de costume, provas de 5km, 10km e 21km e premiação bastante atrativa. A prova de 21km, na qual me inscrevi, ia de uma ponta a outra da cidade, literalmente: do Arco de Nossa Senhora ao Renato Parente (passando pelo Museu do Eclipse), do Renato Parente à BR 222 (passando pela Vila Olímpica) e daí voltando para o Arco. Já era de se esperar a revolta do pessoal que estaria dirigindo na cidade neste horário...
Porém, apesar do aparente "está tudo ok", a prova começou com 50 minutos de atraso. A moça que estava ao microfone avisou algumas vezes que havia uma dificuldade na liberação de uma parte do trecho e que tentavam resolver esse problema para autorizar a largada em segurança. Uma parte dos corredores reagia com vaia a cada aviso. Outra parte tentava ser gentil com a moça claramente não sobralense e que ia se chateando - com razão - a cada nova vaia. Conclusão: na IV Meia Maratona de Sobral, deu pra entender que pessoas mal educadas estão nos carros e também inscritas pra correr.
Apesar de já conhecer a cidade e saber que o corredor de rua não tem 1km de paz, ou melhor, de terreno plano, a gente ainda consegue reclamar: ô percurso difícil. Esse negócio de sair do Arco e ir pro Renato Parente, já desanima. Com 50 minutos de atraso, então... Você já larga cansado só de pensar naquelas três ladeiras da Cleto (Avenida Cleto Ferreira da Ponte): a do SESI, a que dá acesso aos campos de futebol no meio do nada, e a da rotatória da COHAB III. E ainda tinha mais uma ladeira bônus, a da escola Arco-Íris, antes de chegar na Vila Olímpica. Nesses trechos, até de carro é ruim subir. Imagina de pé-2 (é o novo!).
Enfim, juntando tudo isso e o pequeno "detalhe" já mencionado acima - de que meu compromisso com a corrida já não é o mesmo de outrora -, eu desisti dos 21km quanto estava nos 13km. Sabia que dali pra frente seria só amargura e o Arco tava logo ali, do ladinho... Nem pensei muito. Fim com 13,8km.
Número de peito com chip. Medalha igualzinha a dos pivetes. |
No funil da chegada já recebi minha medalha (igualzinha, igualzinha a da Meia Maratoninha), água e lanche (1 banana, 1 tangerina e 1 maçã). Vi que tinha palco montado pra alguma banda tocar, outro palco para premiação, aqueles painéis pra turma tirar foto, etc. Bem legal. Mas, eu só queria ir pra casa. Mooooooorto! Cansei mais pra fazer esses quase 14km do que no único longão do ano feito há 1 semana (18km, no sol). Invocado como o corpo reage tão diferente mesmo em situações aparentemente mais favoráveis (correr a noite, sem sol, incentivado pelo contexto, etc).
Acho que para as próximas edições a organização poderia reavaliar o horário da prova. Vale a pena pensar no domingo de manhã em vez do sábado a noite. O povo que fica louco no trânsito no sábado a noite, dorme no outro dia até tarde. Acho que todo mundo ficaria feliz com a mudança!
Quanto a mim, valeu a lição: pra correr tem que treinar. Pra andar, pra completar, não precisa. Mas eu, particularmente, não vejo sentido em correr uma prova de 21km pra no final ser só agonia. Respeito quem fez assim e acredito, de verdade, que é um aprendizado também.
Próxima prova? Não sei. Apesar de a vida parecer ir voltando ao normal também no mundo das corridas, acho que este setor da economia - assim como tantos outros - sofreu uma pancada forte e pode ser que demore um pouco mais pra embalar novamente. Basta observar que, mesmo sendo uma das maiores provas no interior do Ceará, com premiação bastante interessante (em dinheiro!) a quantidade de participantes era visivelmente menor. Quem sabe a corrida do SESC volta esse ano!?
Link para fotos do evento
Resumo da prova:
Kit: Camisa, número de peito com chip, copo, garrafinha e sacochila. Inscrição: 75 reais.
Balizamento: Por onde passei, tudo tranquilo e protegido pelo pessoal da Guarda Municipal, staff, cones e cavaletes.
Ambulância: Presente. Salvo engano, mais de uma.
Hidratação: Muitos pontos. Creio que a cada 2km. Água sempre geladinha (pelo menos até onde aguentei ir).
Lanche pós-prova: Banana, tangerina, maçã e água.
Medalha: “Metal”, igualzinha a da Meia Maratoninha.
Cronometragem: presente.
Premiação: abundante, como nas outras três edições.
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