Desde dezembro/18 que não escrevo aqui… Quase quatro meses e devo ter corrido umas 6 ou 7 vezes desde o último Desafio da Meruoca.
Ao final de algumas corridas e treinos, era comum eu sentir uma dorzinha que eu dizia ser na virilha. Depois, adutor. De todo modo, era uma dor chata, que impedia de tirar as calças sem sentir dor depois de um treino, por exemplo, mas que durante as corridas nunca foi problema.
Dependendo do volume (quantidade de quilômetros) do último treino, a dor ainda persistia com intensidade menor por mais alguns dias. Tanto que na academia era comum eu me queixar pro professor Chaguinha que me ajudava de todo jeito na tentativa de melhorar o quadro.
Aproveitando o final do ano de 2018, resolvi investigar o que era. Primeiro, parei uma semana, pois podia ser somente cansaço. Nada… Corri com meu amigo Valber 13k no primeiro sábado de 2019 e foi só terminar o treino que a dor apareceu.
Parei mais uma semana, mas já com consulta marcada pra um ortopedista. Corri mais 12km e ao final, tome dor de novo.
Na semana que antecedeu à consulta, fui pesquisar o que poderia ser. Lesão de adutor era o mais comum, passando pela pubalgia indo até problemas da próstata (Cruz-credo). Cheguei até a comentar com um amigo: “Rapaz, se for essa tal de pubalgia, tô lascado. A recuperação pode levar meses”.
Na consulta, relatei a cronologia dos fatos e em seguida o médico realizou algumas manobras. Havia um ponto no final do adutor, quase na virilha que realmente doía ao toque. Adutor.
O médico prescreveu injeção, comprimidos e 10 sessões de fisioterapia. Além disso, uma ressonância magnética para ter certeza do grau da lesão. E a “pior” parte: repouso total. Corrida e academia.
Cumpri o cronograma rigorosamente.
No retorno, a ressonância não apontou coisa alguma na região da virilha. Apareceu algo na parte exterior da coxa, na “cabeça” do fêmur. “Leve edema”. Mais 20 sessões de fisioterapia, remédios e injeções. E a corrida? Continua suspensa. Academia pode voltar… Caminhadinha, pode, vai…
A questão é que não fiquei convencido de que deveria tratar algo que jamais doera (a parte externa da coxa). E se o fato de eu não sentir mais a dor na virilha fosse a falta de corrida? Tudo bem que a dor no músculo já não existia mais ao tocar, mas mesmo assim não fiquei satisfeito.
Abri o jogo com a fisioterapeuta e fora marcada uma reunião com o ortopedista, à três, para esclarecimento das minhas dúvidas… Conversamos e a única coisa “interessante” na conversa foi que, quando a fisioterapeuta falou que eu estava sem correr, o médico disse: “O quê? Sem correr? Não, não… Pode voltar a correr!”.
Bom… Segui na fisioterapia pois já tinha começado mesmo e a profissional era uma pessoa muito gente boa. Tinha um bom astral e certamente aquilo não ia me fazer mal.
Voltei a correr, então.
Primeira corridinha, num domingo, uns 4km, e ao chegar em casa fiz o teste: tirar o calção. Dor. A mesminha. Desânimo total… Mas vai que era pela falta de condicionamento? Afinal, pegava, apertada, apalpava o adutor, e nada sentia.
Voltei pra um treino na assessoria e depois de 5km, dor de novo.
Parei de novo e resolvi procurar um especialista em quadril. Atendendo pelo meu plano de saúde, a Ju só encontrou um em Fortaleza. Bora.
Chegado o dia da consulta, o médico pede o relato e a primeira pergunta que ele me faz é: Você corre pra quê?
Respondi meio gaguejando que corro porque gosto e ajuda a controlar minhas taxas.
Ele foi enfático: “Existem outros meios. Pare de correr que isso acaba com o corpo!” Fiquei uns 2 ou 3 minutos marcando de me levantar e ir embora enquanto ele apresentava todos os malefícios trazidos pela corrida.
Me acalmei e ele fez mais algumas perguntas. Olhou a ressonância e pediu para que eu repetisse o tal momento doloroso de tirar o calção. Assim o fiz e ele deu o diagnóstico: “meu amigo, isso que você tem, chama-se pubalgia” e explicou detalhadamente como ocorre essa inflamação.
Quase tudo que ele falou, batia com o que ocorria/ocorre comigo.
Pra academia eu poderia ir. Pedalar e caminhar, também. Mas de leve.
Receitou anti-inflamatórios, uso de gelo e pomada de modo que eu fizesse em casa mesmo. “Leva tempo para melhorar. Se você for pra uma clínica, vai gastar muito”. Pra um dono de clínica dizer isso…
Sai meio atordoado. O dono do estacionamento no qual deixei o carro até me enrolou com as contas e só percebi quando cheguei na casa da minha mãe.
“Pubalgia… Seis a oito meses de recuperação… Caramba, vou voltar pros 80kg rapidinho…”. Era só isso que martelava minha cabeça. Ah, e claro que não considerei a parte de parar de correr. Pelo menos não naqueles primeiros dias.
Fui atrás de saber mais sobre pubalgia. Encontrei duas aulas no YouTube, cada uma com cerca de meia hora de duração, através das quais pude entender melhor como tratar o problema.
Em outros textos e vídeos, vários casos de resolução do problema. Um alento.

O púbis é uma parte da bacia. No púbis se “engancham” adutores e abdominais. Durante a corrida, adutores puxam o púbis para baixo e os abdominais para cima, isto é, um cabo de guerra. Se um grupo muscular está mais forte do que o outro, ai o ossinho do púbis fica sobrecarregado e começa a bronca. Pode acontecer também por outros fatores. Até a pisada influencia.
É uma lesão típica de jogadores de futebol (por causa da rotação) e de corredores de longas distâncias (por causa da repetição). E no final de 2018 cheguei a fazer treinos de 34km… Toma!
Geralmente começa doendo apenas depois da atividade, só de um lado. Você jura que é na virilha. Depois pode aparecer dos dois lados, subir pro “pé da barriga” e se vacilar, até pra tossir complica. Grazadeus a minha tava só dum lado.
No meu caso, talvez o problema no adutor possa ter potencializado essa pubalgia… Lembro que em agosto de 2018, num treino intervalado, senti uma fisgada no adutor, às vésperas da Meia Maratona de Santa Quitéria. De lá pra cá as dores depois dos treinos me vêm na lembrança com mais clareza.
Portanto, para se saber a origem disso, de verdade, é preciso uma investigação criteriosa, envolvendo vários profissionais e consequentemente várias horas e muitos reais. Ai quando você mora numa cidade que não tem opções de tais profissionais, mais horas e mais reais são necessários…
Como não estou dispondo de tantas horas (muito menos de reais), resolvi atacar o problema por onde dava: musculação e alongamento. Fortalecer adutores e abdominais para que durante a corrida todo mundo trabalhe direitinho, sem precisar sacrificar o pobre do púbis. Alongar bem, antes e depois das atividades (coisa que eu era bem displicente).
Chaguinha trocou de horário na academia, eu também, e ficou tudo desencontrado. O professor do horário que estou indo é o Bruno – pelo menos na primeira semana foi. Falei do problema e ele elaborou um pacote de exercícios com essa finalidade. Tanto que na minha ficha tem “Tratamento de Pubalgia” inserida no mar de fichas de Hipertrofia.
De início, mentalizei um plano de quatro semanas, indo todos os dias pra academia, fazendo algumas rotinas em casa nos finais de semana, muito gelo e cataflam.
Na primeira semana, o objetivo era me readaptar à musculação, afinal, em 2019 eu tinha passado mais tempo de repouso do que dormindo. Na segunda semana, além da musculação, bicicleta ergométrica antes e depois do treino.
Na terceira semana, antes do treino, viria caminhada na esteira. Isso tudo pra chegar na quarta semana e recomeçar a correr.
Tenho feito tudo direitinho. Nesse interstício, Bruno me procurou para saber como tava a evolução e eu não estava lá muito empolgado. Não pelo programa que ele elaborou, mas pelo fato de que é muito lento qualquer sinal de melhora desse negócio… Aff!
Tem dias que você não sente coisa alguma. Em outros, você se vira pra pegar uma caneta que caiu e sente a dor. Paciência é um elemento fundamental nessa recuperação.
O bom é que hoje, mesmo sendo dia da mentira, é verdade que iniciei a quarta semana e consegui correr 1 quilômetro na esteira. Em seguida ainda fiz o treino de pernas na academia e ao chegar em casa consegui tirar o calção – e a cueca – sem dores. Uma conquista.
Mas, como é um processo que pode demorar muito, ainda é preciso conter a euforia e seguir à risca o que fora planejado: tratamento em casa, musculação na academia e paciência muita! Mesmo que ela, a pubalgia, “suma” um dia, é prudente manter o cronograma de fortalecimento à risca, pois ela pode voltar.
Tenho esperança de que daqui três meses possa participar da Meia Maratona de Sobral. Nem que sejam 5km. Quem sabe, né!?
Abaixo, as aulas que falei anteriormente.
Ao final de algumas corridas e treinos, era comum eu sentir uma dorzinha que eu dizia ser na virilha. Depois, adutor. De todo modo, era uma dor chata, que impedia de tirar as calças sem sentir dor depois de um treino, por exemplo, mas que durante as corridas nunca foi problema.
Dependendo do volume (quantidade de quilômetros) do último treino, a dor ainda persistia com intensidade menor por mais alguns dias. Tanto que na academia era comum eu me queixar pro professor Chaguinha que me ajudava de todo jeito na tentativa de melhorar o quadro.
Aproveitando o final do ano de 2018, resolvi investigar o que era. Primeiro, parei uma semana, pois podia ser somente cansaço. Nada… Corri com meu amigo Valber 13k no primeiro sábado de 2019 e foi só terminar o treino que a dor apareceu.
Parei mais uma semana, mas já com consulta marcada pra um ortopedista. Corri mais 12km e ao final, tome dor de novo.
Na semana que antecedeu à consulta, fui pesquisar o que poderia ser. Lesão de adutor era o mais comum, passando pela pubalgia indo até problemas da próstata (Cruz-credo). Cheguei até a comentar com um amigo: “Rapaz, se for essa tal de pubalgia, tô lascado. A recuperação pode levar meses”.
Na consulta, relatei a cronologia dos fatos e em seguida o médico realizou algumas manobras. Havia um ponto no final do adutor, quase na virilha que realmente doía ao toque. Adutor.
O médico prescreveu injeção, comprimidos e 10 sessões de fisioterapia. Além disso, uma ressonância magnética para ter certeza do grau da lesão. E a “pior” parte: repouso total. Corrida e academia.
Cumpri o cronograma rigorosamente.
No retorno, a ressonância não apontou coisa alguma na região da virilha. Apareceu algo na parte exterior da coxa, na “cabeça” do fêmur. “Leve edema”. Mais 20 sessões de fisioterapia, remédios e injeções. E a corrida? Continua suspensa. Academia pode voltar… Caminhadinha, pode, vai…
A questão é que não fiquei convencido de que deveria tratar algo que jamais doera (a parte externa da coxa). E se o fato de eu não sentir mais a dor na virilha fosse a falta de corrida? Tudo bem que a dor no músculo já não existia mais ao tocar, mas mesmo assim não fiquei satisfeito.
Abri o jogo com a fisioterapeuta e fora marcada uma reunião com o ortopedista, à três, para esclarecimento das minhas dúvidas… Conversamos e a única coisa “interessante” na conversa foi que, quando a fisioterapeuta falou que eu estava sem correr, o médico disse: “O quê? Sem correr? Não, não… Pode voltar a correr!”.
Bom… Segui na fisioterapia pois já tinha começado mesmo e a profissional era uma pessoa muito gente boa. Tinha um bom astral e certamente aquilo não ia me fazer mal.
Voltei a correr, então.
Primeira corridinha, num domingo, uns 4km, e ao chegar em casa fiz o teste: tirar o calção. Dor. A mesminha. Desânimo total… Mas vai que era pela falta de condicionamento? Afinal, pegava, apertada, apalpava o adutor, e nada sentia.
Voltei pra um treino na assessoria e depois de 5km, dor de novo.
Parei de novo e resolvi procurar um especialista em quadril. Atendendo pelo meu plano de saúde, a Ju só encontrou um em Fortaleza. Bora.
Chegado o dia da consulta, o médico pede o relato e a primeira pergunta que ele me faz é: Você corre pra quê?
Respondi meio gaguejando que corro porque gosto e ajuda a controlar minhas taxas.
Ele foi enfático: “Existem outros meios. Pare de correr que isso acaba com o corpo!” Fiquei uns 2 ou 3 minutos marcando de me levantar e ir embora enquanto ele apresentava todos os malefícios trazidos pela corrida.
Me acalmei e ele fez mais algumas perguntas. Olhou a ressonância e pediu para que eu repetisse o tal momento doloroso de tirar o calção. Assim o fiz e ele deu o diagnóstico: “meu amigo, isso que você tem, chama-se pubalgia” e explicou detalhadamente como ocorre essa inflamação.
Quase tudo que ele falou, batia com o que ocorria/ocorre comigo.
Pra academia eu poderia ir. Pedalar e caminhar, também. Mas de leve.
Receitou anti-inflamatórios, uso de gelo e pomada de modo que eu fizesse em casa mesmo. “Leva tempo para melhorar. Se você for pra uma clínica, vai gastar muito”. Pra um dono de clínica dizer isso…
Sai meio atordoado. O dono do estacionamento no qual deixei o carro até me enrolou com as contas e só percebi quando cheguei na casa da minha mãe.
“Pubalgia… Seis a oito meses de recuperação… Caramba, vou voltar pros 80kg rapidinho…”. Era só isso que martelava minha cabeça. Ah, e claro que não considerei a parte de parar de correr. Pelo menos não naqueles primeiros dias.
Fui atrás de saber mais sobre pubalgia. Encontrei duas aulas no YouTube, cada uma com cerca de meia hora de duração, através das quais pude entender melhor como tratar o problema.
Em outros textos e vídeos, vários casos de resolução do problema. Um alento.

O púbis é uma parte da bacia. No púbis se “engancham” adutores e abdominais. Durante a corrida, adutores puxam o púbis para baixo e os abdominais para cima, isto é, um cabo de guerra. Se um grupo muscular está mais forte do que o outro, ai o ossinho do púbis fica sobrecarregado e começa a bronca. Pode acontecer também por outros fatores. Até a pisada influencia.
É uma lesão típica de jogadores de futebol (por causa da rotação) e de corredores de longas distâncias (por causa da repetição). E no final de 2018 cheguei a fazer treinos de 34km… Toma!
Geralmente começa doendo apenas depois da atividade, só de um lado. Você jura que é na virilha. Depois pode aparecer dos dois lados, subir pro “pé da barriga” e se vacilar, até pra tossir complica. Grazadeus a minha tava só dum lado.
No meu caso, talvez o problema no adutor possa ter potencializado essa pubalgia… Lembro que em agosto de 2018, num treino intervalado, senti uma fisgada no adutor, às vésperas da Meia Maratona de Santa Quitéria. De lá pra cá as dores depois dos treinos me vêm na lembrança com mais clareza.
Portanto, para se saber a origem disso, de verdade, é preciso uma investigação criteriosa, envolvendo vários profissionais e consequentemente várias horas e muitos reais. Ai quando você mora numa cidade que não tem opções de tais profissionais, mais horas e mais reais são necessários…
Como não estou dispondo de tantas horas (muito menos de reais), resolvi atacar o problema por onde dava: musculação e alongamento. Fortalecer adutores e abdominais para que durante a corrida todo mundo trabalhe direitinho, sem precisar sacrificar o pobre do púbis. Alongar bem, antes e depois das atividades (coisa que eu era bem displicente).
Chaguinha trocou de horário na academia, eu também, e ficou tudo desencontrado. O professor do horário que estou indo é o Bruno – pelo menos na primeira semana foi. Falei do problema e ele elaborou um pacote de exercícios com essa finalidade. Tanto que na minha ficha tem “Tratamento de Pubalgia” inserida no mar de fichas de Hipertrofia.
De início, mentalizei um plano de quatro semanas, indo todos os dias pra academia, fazendo algumas rotinas em casa nos finais de semana, muito gelo e cataflam.
Na primeira semana, o objetivo era me readaptar à musculação, afinal, em 2019 eu tinha passado mais tempo de repouso do que dormindo. Na segunda semana, além da musculação, bicicleta ergométrica antes e depois do treino.
Na terceira semana, antes do treino, viria caminhada na esteira. Isso tudo pra chegar na quarta semana e recomeçar a correr.
Tenho feito tudo direitinho. Nesse interstício, Bruno me procurou para saber como tava a evolução e eu não estava lá muito empolgado. Não pelo programa que ele elaborou, mas pelo fato de que é muito lento qualquer sinal de melhora desse negócio… Aff!
Tem dias que você não sente coisa alguma. Em outros, você se vira pra pegar uma caneta que caiu e sente a dor. Paciência é um elemento fundamental nessa recuperação.
O bom é que hoje, mesmo sendo dia da mentira, é verdade que iniciei a quarta semana e consegui correr 1 quilômetro na esteira. Em seguida ainda fiz o treino de pernas na academia e ao chegar em casa consegui tirar o calção – e a cueca – sem dores. Uma conquista.
Mas, como é um processo que pode demorar muito, ainda é preciso conter a euforia e seguir à risca o que fora planejado: tratamento em casa, musculação na academia e paciência muita! Mesmo que ela, a pubalgia, “suma” um dia, é prudente manter o cronograma de fortalecimento à risca, pois ela pode voltar.
Tenho esperança de que daqui três meses possa participar da Meia Maratona de Sobral. Nem que sejam 5km. Quem sabe, né!?
Abaixo, as aulas que falei anteriormente.
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