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#46 – II Meia Maratona de Santa Quitéria

Minha primeira prova fora do “eixo” Sobral-Fortaleza: II Meia Maratona Internacional de Santa Quitéria.

A corrida faz parte das comemorações pelo aniversário da cidade de Santa Quitéria – 162 anos em 2018. Quase fui para a edição de 2017, mas a Marcele estava com menos de 1 mês de nascida e achei prudente não arriscar. Vai que né!? Mas em 2018, deu certo.

Distâncias de 500m (cadeirantes), 2km, 5km, 10km e 21km.

Soube assim que divulgaram a abertura das inscrições. A princípio, um susto: 120 reais para os 21k! Eu tinha acabado de fazer a Meia de Sobral por 50 reais. Olhando com calma, uma mega promoção: 50% de desconto para quem pagasse até 20 de julho. Jailson estava na Paraíba comprando queijo para os sobralenses e fiz a nossa inscrição de imediato, custando 120 as duas (mas ele me pagou)! Ufa! A gente até achou que a promoção seria estendida, mas não. Ainda houve um desconto de 25% válido até o dia 10 de agosto e só!

O processo de inscrição foi simples e rápido, através do site da Liga Esportiva de Santa Quitéria e com pagamento via PagSeguro. O regulamento estava disponível no site e o kit prometido era: sacolinha, camisa, número de peito e chip (chip!). Uma informação interessante, que constava no regulamento era a seguinte: “A camiseta promocional e/ou comemorativa do EVENTO, como acima mencionado, é uma cortesia da ORGANIZAÇÃO. O tamanho escolhido poderá ser entregue pela ORGANIZAÇÃO de acordo com a disponibilidade em estoque.“, isto é, corria o risco de, ao pegar o kit, o “brinde” ter esgotado…



Outra coisa que chama a atenção é o termo “Internacional” no título da corrida. Isso me fez pensar que seria uma prova de alto padrão. Digo já…

Bom, nesse interstício – entre inscrição e prova – algumas corridas em Sobral e uma em Fortaleza, trabalho aos sábados em outra cidade, alguns treinos com menos volume – seguindo orientação dos nossos profs da Sprint – e uma lesão de última hora. Na quinta-feira, dia 16 de agosto, o treino previsto na planilha era de 20 tiros de 100 metros. Ora, o que são 100 metros pra quem já fazia tiros de 800 metros? Tanto é que no dia anterior o Jailson foi bater um racha – no Ceará isso quer dizer jogar bola com amigos. Cem metros!? Pois eu vos digo: foi uma surra disfarçada de treino.
Durante o treino, tudo beleza. Depois…
Nessa bendita quinta-feira, Jailson, Robertson e eu estávamos bancando os meninos que foram criados na mesma rua e que resolveram relembrar o famoso “quem chegar por último é a mulher do padre”. No 11º tiro, Jailson abriu o bico. Colocou a mão na posterior da coxa e parou. E é porque é o mais novo… Nan! Robertson foi até o fim e eu também. Terminou o treino, conversamos com o Jailson para ver como estava a situação e eu me sentindo bem, normal. Quando entrei no carro que pisei na embreagem… Trec!!! Adutor!

Sofri para chegar em casa (4km)… No dia seguinte ainda encarei 200km de viagem. No sábado, mais 200km. E pisar na embreagem era uma facada. Nada de longão nesse final de semana.

Só nesta terça, dia 21, voltei aos treinos. Aguentei pouco mais de 5km e achei que não daria para correr esta prova. Jailson nem treinou, sentindo a lesão nos primeiros metros. Conversei com o Celso e a orientação era de descanso total até o dia da prova.

Ao longo dessas semanas, também, uma outra questão: como pegar o kit!? Neste semestre, há uma aluna – matriculada em uma das disciplinas que ministro – chamada Quitéria Laís. Pois num é que ela é de Santa Quitéria!? Sondei se ela poderia fazer essa gentileza e prontamente se dispôs. Na quarta repassei para ela os dados das inscrições do Jailson, do André Melo e a minha, uma vez que o regulamento prometia entrega dos kits a partir de quinta, 23, no Ginásio Poliesportivo da Cidade. Nem começou quinta, nem foi no Ginásio.

Tentei me comunicar pelos números fornecidos pela organização, mas sem sucesso. Gente, estamos em 2018! Se você está organizando um evento e coloca um número a disposição, tenha WhatsApp!!! Se tiver, use; responda!!!! Os dois números fornecidos tinham WhatsApp, mas ninguém respondia. Impressionante!!! Consegui ligar gastando meus preciosos créditos na quinta-feira a noite e a pessoa que me atendeu parecia estar numa feira, falando comigo e comprando fruta ao mesmo tempo… Mal deu pra entender o nome do cidadão. Mas, pelo menos, ficou garantida a entrega dos kits a terceiros a partir de sexta.
“A saga dos kits”. Valeu Laís!
Repassei o recado a pobre-gentil Laís, que rodou mais do que eu ao longo da semana para pegar os kits. Na sexta ela conseguiu e trouxe para Sobral. Depois de mais algumas etapas, consegui pegar o meu :D. Veio a camisa – grandona e ruim pra correr -, veio o número de peito (material de banner, acho que chamam de lona. Durável!), um pacote de café solúvel, sacolinha e só. Nada de chip, como previa o regulamento.

Também na sexta, decidi fazer um teste. Correr 5km para ver como estava a dor no adutor. Corri 6.5km sem dores, então dava pra participar da prova. No sábado, viagem de 100km + 100km e pronto, era esperar a hora da corrida.

Combinei com o André Melo uma carona e as 4h15 saimos do distrito onde moramos rumo ao Arco de Nossa Senhora, ponto de encontro da delegação da Sprint. Perto das 5h fomos em um comboio de quatro veículos rumo a Santa Quitéria, que fica a cerca de 86km de Sobral. Nosso motorista era o Jailson, que abriu mão de correr em nome de sua recuperação – diz ele né. Viagem super tranquila numa rodovia em ótimo estado.

Chegamos e o Jailson colocou um brinquedinho no meu braço: o GPS. Me disse o básico e pronto. Me livrei da pochete com o celular. A moça do GPS ficou de fora hoje. No ponto de largada, nada de “mega”, mas aparentemente tudo organizadinho. Encontrei o Pedro Ximenes, natural de Santa Quitéria, e perguntei como estavam os pontos de água (na noite anterior ele tinha me falado que eram 7 pontos para a turma dos 10km. Jesus!!!!).

Tomei uma aguinha – que já estava disponível juntamente com frutas para os corredores – e encontrei o Seu Onofre, de Fortaleza. Sou fã dele. Quero chegar na idade dele correndo também!
Seu Onofre Rodrigues. Sou seu fã! Olha a coincidência nos números?
Também observei que alguns corredores estavam com identificação de países: Cuba, Argentina e Senegal. Pelo que apurei, os cubanos eram médicos… Argentinos e senegaleses, não sei. Dada a estrutura apresentada, acho que daí vem o “Internacional” no título da corrida.

Enquanto isso, fotos.






Eu [esq.], Jailson e André Melo.

Aqueci, usei o banheiro de um posto de gasolina próximo e fui para o ponto de largada. Não ouvi quando deram a largada, só vi que alguém me empurrou: “vai, boa prova!”. E tome fogos! Muitos fogos! Muito mais do que você consegue imaginar agora. O engraçado era ver gente correndo em zigue-zague. Estariam com medo dos “estilhaços” caírem em vossas cabeças!? Eu aproveitei que era uma descida, botei na banguela e o GPS apontava pace (instantâneo) de 4’57”.


Primeiros dois ou três quilômetros dentro da cidade. Nesse trecho, acreditem, foram 3 pontos de hidratação. Eu peguei apenas em 1 desses 3 pontos.

Por volta do quarto quilômetro, a prova vai para a CE-257, rumo a Hidrolândia. A turma dos 21k foi até 11.5 quilômetros e voltou. Antes disso, retorno dos 5km e dos 10km. E muita ladeira. Encontrei o Elder Escóssio retornando e a definição dele foi precisa: “correr em montanha russa não é fácil”. Pois era assim mesmo. Sobe, desce, sobe, desce… Na ida e na volta. Praticamente sem trechos planos. A única melhora é que no retorno havia um ventinho.

Muita água também. Infelizmente não estava geladinha, mas estava friazinha. Não havia calhas com gelo. Os copos estavam em caixas de papelão. O pessoal do Staff foi bem gentil: água na mão em todos os pontos. E sempre ofereciam dois copos.

Na mesma proporção das ladeiras e da água, veio o Sol. Rapaz… Muito desgastante! Fazer longão iniciando as 5h30 é uma coisa, mas começar 21k as 6h30 sem a sorte de pegar um dia nublado, é outra coisa…

Corri “sozinho”, mas o GPS de pulso ajudou a passar o tempo. Ora eu via o pace instantâneo, ora o pace médio, ora a distância percorrida, ora o tempo decorrido, ora a frequência cardíaca…. Só não via, mesmo, a hora! O bicho tem tudo, menos hora!?

Com relação a suplementação, tomei gel e comi paçoquinha, dando pra suportar bem a prova.

Por volta do quilômetro 17, pesou. Sol forte. O pace aumentou bastante, mas ao chegar na cidade, deu para voltar a um ritmo melhorzinho. Para terminar, a última subidinha e fechei 20.9km em 2h15min. Pace médio de 6’28”. Diante das circunstâncias, fiquei muitíssimo satisfeito. Sem dores durante a prova e sem precisar caminhar.



Em seguida fui receber a medalha e um senhor me puxou pela mão. Colocou a medalha em meu pescoço e ordenou que tirassem uma foto. Ali estavam os fotógrafos, huuuum! Depois me disseram que era o prefeito da cidade. Ual! Nunca havia apertado a mão de um prefeito. Foto, então… [Só nunca foi encontrada tal foto...]



Peguei banana e mais água. Depois mais algum papo com a moçada que foi de Sobral e retornamos. Dos quatro carros que foram, dois retornaram antes da gente. Ficaram dois para o final. Acho que eram Opalas brancos, pois tiveram que “abastecer” novamente na volta. Avisamos ao nosso motorista que não era necessário “abastecer” novamente, pois “combustível” demais podia dar ruim. Ainda bem que ele nos ouviu…




Viagem de volta também muito tranquila, com emoção apenas ao chegarmos em Forquilha! PRE fazendo o seu trabalho.

Sobre a corrida, como sempre digo, acho ótimo a iniciativa. Promover a corrida em cidades que não são “grandes centros” é um ato de coragem. Ao meu ver aconteceram falhas, mas podem ser consertadas para as próximas edições. Destaco a questão da camisa, que não tem um material adequado para a prática da corrida. “Ah, mas você já tem muita camisa. Deixa de ser chato!”. Não é por mim, não! Uma boa camisa é sinônimo de propaganda da corrida o ano inteiro, baby! Teve corrida que nem aconteceu em Fortaleza, mas como a camisa era boa, ainda hoje (dois anos depois) vejo gente usando para treinar. Quem não sabe da história, olha e pensa: nossa, essa corrida deve ter sido massa.

No pré-prova, a comunicação pode ser melhorada, também. Houve a questão do local e dos dias de entrega dos kits e da dificuldade na comunicação através dos números disponibilizados.

Outra coisa que pode ser melhorada é a hidratação. Só não digo que foi exagerada porque estamos numa época de muito calor e tempo seco. Então, achei ótimo. Mas seria bom calhas com gelo, que também servem para amenizar os efeitos do calor. Quem sabe umas esponjinhas, também!? Reforço: a época do ano e o horário, são de rachar a cuca!

Não vou reclamar da altimetria (o sobe-desce) do percurso porque é massa fazer prova assim. A gente reclama mas no final (só no final) acha bom! Porééééém, ficamos a mercê da boa vontade dos motoristas na CE. Nem todos que conduziam veículo pela rodovia sabiam que estávamos participando de uma corrida. E com o acostamento praticamente inexistente, o perigo era constante, pois não corremos na contra-mão. Alguns guardas de trânsito, carros da prefeitura e uma ambulância tentaram fazer esse trabalho, mas não dava pra cobrir muita coisa do percurso. Não sei exatamente o que poderia ser feito, mas acho que se pensar, melhora.

Já na chegada, soube, depois, que houve grande demora para início de entrega das medalhas. Teve gente que ficou mais tempo na fila do que correndo… Seria tudo isso por conta das fotos com o prefeito!? Menos, né, gente…

Aliás, faltou fotógrafo ao longo do percurso. Pelo menos eu não os vi. Uma moça no retorno dos 21k usava seu smartphone para registrar quem chegou até lá.

E uma prova “Internacional” sem chip!?

Com relação a minha corrida, estou satisfeito. Não senti as dores durante a prova e consegui fazer todo o percurso sem precisar caminhar. Depois vieram as dores do cansaço e um pouquinho no adutor. Mas vamos ter fé que vai melhorar. Agradeço ao Chaguinha que deu uma atenção especial na quarta lá na academia do SESI “prescrevendo” umas rotinas especiais. Ajudou muito!

E foi legal correr com o GPS de pulso. O tempo passa mais rápido e tem muita informação ali que ajuda bastante. Sem falar que depois você tem acesso a uma séria de gráficos no site. Por exemplo, tive uma frequência cardíaca média de 160 bpm, com picos de 185bpm (coração de 35 anos!). Também, é possível fazer a relação da variação do pace, da frequência cardíaca e da altimetria. Muito legal. Valeu, Jailson, por emprestar o aparelho. Dou 20 conto nele. Agora!

Valeu pessoal da Sprint pela força, pela energia na prova e aos profs Celso e Wladir pela paciência conosco, mesmo quando queremos fazer enxame!

Agradeço também a Laís que se dispôs a dar algumas viagens em busca dos nossos kits. Valeu, garota! Ano que vem, corra a prova! E obrigado André Melo por ter pego meu kit quando ele chegou em Sobral e por mais uma carona!

E, claro, agradeço a Ju e as crianças por compreenderem que gosto de correr e mesmo no único dia da semana que tinha pra ficar em casa com eles, fui correr. Cheguei antes das 10, mas todo moído :D. Não pense que esqueci da sua promessa de ir todo mundo ano que vem ;).

Próxima missão: SESC Sobral, dia 16 de setembro. Até lá, vamos ver o que pode ser feito nos treinos. 😉

Resumo da prova:

Kit: Camisa, sacolinha, sachê de café, e número de peito. Sem chip e sem cronometragem. Valores a partir de 30 reais.
Balizamento: Na maior parte do percurso não houve.
Ambulância: Presente.
Hidratação: Muito boa. Muita água.
Lanche pós-prova: Banana, Laranja e Melancia.
Medalha: “Metal”. Muito bonita.
Premiação: 10 mil reais no total.

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