Décima corrida na Princesa do Norte em 2017. Palmas!
O 2º Desafio Turma do Pedal nasceu no ano passado voltado para o público das bikes. Felizmente, este ano o Walbério e sua trupe incluíram-nos, andarilhos, na brincadeira. Ai, o evento passou a se chamar “2º Desafio Turma do Pedal / Cross Run”.
Distâncias: 5km, 10km e 21km. Medalha para todos que concluíssem e troféu do 1º ao 5º, masculino e feminino, nas três provas.
A divulgação, ao meu ver, foi muito boa. O mundo hoje gira em torno do Facebook – se é que sobrou alguma coisa fora dele, do Instagram, do WhatsApp e do Twitter – e por lá fiquei sabendo. Fiz logo no início a minha inscrição nos 21k: R$ 50,00. Preço que considerei justo para uma Meia. Fiz na Sobral Bike, do colega Alexandre. Quem fizesse pelo site da CronoTeam, teria ainda a taxa de num sei o que lá.
Nas semanas que antecederam o evento, o pessoal da organização foi divulgando umas “artes” com a foto do corredor, como essa abaixo. Ponto para a organização, pois essas pequenas ações ajudam na divulgação e vão empolgando quem já está inscrito.

Eu tinha planos de fazer o trajeto antes, pois o piso era predominantemente piçarra. Estrada de terra. O máximo que deu para fazer foi pegar uns trechos que tem por aqui perto de casa mesmo (não passavam de 2km).
Entre sábado (18) e sexta (24), corri em 5 dos 7 dias, totalizando quase 50km. Não sei se isso é bom ou ruim, mas que dá confiança, dá. Correr em mais dias do que o de costume e sentir-se “bem”, te faz pensar que você está preparado. Também, um cuidado semi-especial com a alimentação. Já sei o que pode fazer bem ou não, então vou tentando evitar. Tentando… Nem sempre dá. Tem hora que o Cão atenta!
Na quinta a noite fiz uma coisa que minha mãe abomina há anos: bananada com leite em pó (muito), achocolatado e farinha láctea (muita, muita). Assim que bateu no coro do “estombo”, pensei: a banana tá ruim… Claro, o leite em pó (açúcar), o achocolatado (mais açúcar) e a farinha láctea (mais açúcar) para quem quase cortou o açúcar totalmente da alimentação, não têm nada com isso. A culpa é da banana, lógico. Mas a gastura foi passando…
No entanto, na véspera da corrida, logo após o almoço (salada muita, arroz integral, feijão e carne cozida) chamei o Hugo. Foram umas três chamadas daquelas e a barriga ficou vazia. Menos de 24 horas e o medo de não ir pra corrida. Mas eu ia mesmo assim.
A situação não piorou e a tarde fui pegar o kit. Havia sido divulgado que começaria apenas as 19h, mas eu não tava com muita coragem de ir praquelas bandas a noite. No começo da tarde entrei em contato com o Walbério e ele disse que a entrega já estava acontecendo. Chamei o JC e lá fomos nós.
Na volta ainda compramos Açaí, que é de lei. Com ou sem dor de barriga.
Antes do açaí, ainda tomei suco de caju (uri) acompanhado de biscoito de água e sal.
Dormi cedo, dormi bem. As 5h, passei na casa da Camilla e partimos em direção à largada, marcada para o Restaurante Oiticica, no caminho para o loteamento Moradas da Boa Vizinhança.
Havia um estacionamento ao lado liberado para os atletas. Ótimo. Ao chegarmos na concentração, o pessoal da cronometragem fazia os últimos ajustes e fiquei na tenda da Sprint Training. Aproveitei o alongamento e aquecimento, mas com medo de dar um desmantelo na barriga.
Pela primeira vez eu participava de uma corrida em que quase todo o percurso seria novidade. Os primeiros 2km, beleza, já treinamos por lá. Mas daí pra frente, só piçarra. A organização chegou a divulgar um mapa no começo mas eu confesso que não entendi direito. Na sexta ainda perguntei ao Walbério se seria um bate-volta, isto é, 10,6km reto na estrada de terra e volta pro ponto de largada, mas ele disse “não” e me explicou o percurso. Mais ou menos na altura do quilômetro 9, deveríamos entrar à direita. Passaríamos por uns sítios, fazendo o balão e voltando para a estrada inicial, retornando ao ponto de largada. Tentei reproduzir no Google Maps, mas não adiantou muito. Nesse ‘balão” tinha muita bifurcação. Então, vamos confiar na sinalização. Para garantir, levei o celular, mesmo sem muita esperança de que, em caso de necessidade, haveria sinal.
No funil de largada, em meio aos tênis gourmets, registrei essa cena:
Às 6h04min é dada a largada. “1, 2, 3, vai”.
Tentei ser mais “conservador” no começo com receio de ter problemas intestinais. Os meus pontos de referência – pessoas que têm o ritmo parecido – hoje estavam ensandecidos. Chinelaram. Eu sabia que não estava tão lento pois a moça do GPS (ela voltou) me avisava do ritmo (que até o quilômetro 10 não foi mais do que 5’50”/km). Bom, deixa o povo ir. Fazer o quê? Se eu forçar eu me… Pois é.
Apesar de ser zona rural – ou sertão, como se diz por aqui – tem alguns perigos, sim. Primeiro, o trânsito de motos e carros. São muitas curvas e correr com fones de ouvidos não é uma boa ideia, pois o som dos veículos acaba sendo o sinal para nos precavermos. Depois, aqui, acolá, tem uns gaiatos que ficam soltando aquelas cantadas para as corredoras. “Ô prencesa”. Por isso, mais ou menos no quilômetro 9, vi que uma colega corredora ia num ritmo um pouco mais lento do que o meu e um grupo de malacabados já soltava as poesias… Acompanhei, conversamos um pouco, e chegamos no Alexandre, que hoje estava num ritmo mais lento que o habitual. Eu acho que foi do baião de dois com linguiça que ele disse ter comido na noite anterior. Já a corredora em questão, disse ter comido um mistão: baião, linguiça, carne de porco, batata frita, etc. Então ela ficou no ritmo do Alexandre e eu voltei ao ritmo inicial. Eles iam se entender.
Antes, porém, passam por nós três corredores; já voltando! Mas isso não deveria ter acontecido. Não era para entrar à direita e fazer o balão? Eu não sabia onde estava mesmo, então esqueci disso logo em seguida. Entramos à direita na Vila Conceição.
Fiz os primeiros 10km em 59 minutos. Pra mim, ótimo. Só estranhei mesmo não estar vendo mais o povo à frente. Como esse pessoal tava correndo hoje! Jesus! Só via gente quando passava pelo pessoal da hidratação, que foi feita de maneira muito boa. Só não digo perfeita pois em alguns pontos a água estava quente; mas tinha. Isso é o mais importante.
Lá pelo quilômetro 14, um pequeno susto. Escuto uma moto (já tinha escutado várias) e ao chegar perto de mim, percebo que ela diminui a velocidade. “Levanta o braço ai, parceiro!”. Pronto… Olhei um pouquinho de lado e vi que era o pessoal da organização com as pulseiras amarelas, fazendo o controle de quem estava nos 21k. Esse foi o teste definitivo para o meu estômago e sistema de excreção. Como passei, resolvi tomar o gel que tinha levado.
Devido ao gel senti uma leve melhora e ao chegar ao quilômetro 15, dilema: direita ou esquerda? Uma seta na árvore apontava esquerda. Mas o cone – o trajeto inteiro estava sinalizado com cones, bastava segui-los – estava mais à direita.

Direita ou esquerda? Como reconhecer algo nesses termos? Foto: print do Google Maps – Street View
Fui à direita. Ai, escuto um corredor gritando mais atrás: “não é por ai, é por aqui”. Pra acabar de completar, havia umas fitinhas amarelas no caminho da direita. Como eu já tinha visto outras dessas ao longo do caminho, pensei que era sinalização. E pro lado esquerdo, não havia cones ali.
Tomada de decisão: se o caminho da esquerda for o errado, pelo menos tenho com quem voltar.
Voltei e fui para a esquerda. Era o certo. Ufa.
Mais à frente, outros postos de hidratação. Tomei outro gel e nada de ver outros corredores. O pace agora estava em torno de 6min/km e eu me sentia bem. Só continuava estranhando não estar vendo as minhas referências de outras corridas. Comecei a pensar na possibilidade de o pessoal ter tomado o caminho da direita… Eita pau!
No quilômetro 18 a palmilha do meu pisante resolve se encolher e fazer um mondrongo. Incomodou bastante. Tive que parar, tirar a palmilha e recolocar. Aliviou um pouco mas voltou. Como já estava com quase 20km, resolvi ir pisando no mondrongo mesmo.
Ao ver a cidade, os prédios e as casas, alívio.
No pórtico, as bikes se preparavam para sair mas esperaram eu chegar. Cruzei a linha de chegada com 2h14’10” para 22,1km. Isso dá um pace médio de 6’04”. Tu é doido, mah! Massa demais. Dá pra fazer esse bicho em sub-2h.
Ai, lá vem a Camilla…
– Cara, o que foi que houve!?
– Eu que pergunto: o que vocês tomaram hoje que correram tão rápido?
Conversa vai, conversa vem, descobrimos que um grupo não entrou na Vila Conceição; seguiram reto e voltaram com cerca de 10,5km. Outro grupo entrou na Vila Conceição. Parece que ainda teve um grupo que passou direto, mas voltou para entrar na Vila Conceição. E o pior: outro grupo entrou à direita no quilômetro 15. Pense numa arrumação!
A Kélvia, por exemplo, que estava bem à minha frente, chegou depois. Deve ter feito um dos outros três trajetos…
Depois dessas revelações, lembrei que eu estava com fome e fui comer. Pense numa fartura! Nada daquelas marmitas plásticas com uma banana verde, uma maçã enrugada e um docinho peba… Era tudo exposto na mesa, para quem quisesse: banana, laranja, abacaxi, melancia, doce, suco, água e até hamburguer! Uau!
De barriga cheia, fui atrás de minha medalha. Ai sim eu me perdi, mas depois encontrei uma mesa escondida entre as bikes e uma simpática senhora me entregou a medalha e uma garrafinha de brinde.

Chegada a hora dos pódios, algumas reclamações: esse negócio de turmas em trajetos diferentes para os 21k gerou confusão. Primeiro, ouvi gente dizendo que a turma que fez o bate-volta – e esse percurso deve ser considerado correto pois ao final dele estava a mesa de pulserinhas de controle! -, percorreu 21k (com margem de erro de 100m). A turma que fez o outro percurso – que considero correto pois os postos de hidratação estavam lá! – fez 22k (com margem de erro de 100m). Portanto, a princípio, alguém que fez 22k poderia ter chegado depois por ter corrido uma distância maior – e com altimetria mais difícil, segundo apuramos. Pronto, plantei a semente da treta!

No feminino, 21k, mesmo com os contratempos, a Kélvia ainda chegou em 5º. Camilla venceu, Ivana chegou em 2º, a colega que encontrei no quilômetro 9 ficou em terceiro e em quatro chegou uma corredora que não estava na lista divulgada dias antes. Ela correu 21k, mas não estava, a princípio, inscrita para tal distância. Como chamaram o nome dela para a premiação, acredito que algo foi feito entre a divulgação da lista e a prova para que houvesse mais uma competidora nos 21k.
No pódio masculino dos 21k, mais bate-boca. Uns argumentando que todo mundo correu 21k, independente do trajeto. Outros dizendo que fizeram trajeto diferente não por má fé, mas por falha na sinalização… Bom, eu que sou café com leite, sempre fico fora dessas tretas. Minha meta é subir no pódio depois dos 60, quando meus contemporâneos não tiverem mais paciência pra corridas.
A prova foi muito boa. Não sei se eu diria o mesmo caso tivesse entrado à direita lá no quilômetro 15. Nem sei se já teria chegado em casa, mas a iniciativa, a divulgação, a forma organizada como se apresentou até a largada, merecem parabéns: Parabéns!
No entanto, as falhas na sinalização do percurso foram dureza. Sérias. Sei que não foi por maldade, óbvio. Imagino o quanto é trabalhoso organizar um evento dessa magnitude, onde a corrida era só uma preliminar para o evento principal, o das bikes. As críticas acabam recaindo sobre os ombros do Walbério por estar à frente do evento mas, convenhamos: não dá para uma pessoa só ir no trajeto inteiro e colocar cone por cone. No caso do dilema do quilômetro 15, talvez a pessoa responsável pela sinalização neste trecho não tivesse experiência de corrida e achou que tava tudo certo… Sei lá… Vai saber…
Mas no caso da entrada para a Vila Conceição, ai é mais complicado… Havia cones indicando a entrada à direita. Mas também havia a mesa com as pulserinhas para quem seguisse reto!!! Depois ainda veio o motoboy entregar as pulserinhas de quem havia entrado na Vila. Até agora ainda não entendi direito.
Outro problema: falta de ambulância.
A prova não foi moleza. Ainda teve o evento das bikes depois. Muita gente envolvida aumenta a possibilidade de necessidade de socorro médico… Olhe, olhe…
Atualizando (27/11): teve ambulância. Mas juro que não vi.
Próxima loucura, digo, corrida: Desafio Sobral x Meruoca no dia 17 de dezembro. Só 24km ladeira acima para fechar meu quarto ano de corrida de rua com a 40ª. Depois, desacelerar. Ufa!
Balizamento: Para os 5km e os 10km, perfeito. Para os 21k ouvi relatos de quatro percursos diferentes por falta de clareza na sinalização.
Ambulância:Ausente. Não vi, mas teve.
Hidratação: Muito boa. Água suficiente mas que em alguns pontos estava quente. Mas não dava pra pelar a língua.
Lanche pós-prova: Melhor de todas as corridas das quais já fui: Melancia, abacaxi, banana, laranja, doces, água, suco e hamburguer.
Medalha: “Metal”, bonita.
Premiação: Troféu do primeiro ao quinto, nas três provas, tanto para os meninos como para as meninas.
O 2º Desafio Turma do Pedal nasceu no ano passado voltado para o público das bikes. Felizmente, este ano o Walbério e sua trupe incluíram-nos, andarilhos, na brincadeira. Ai, o evento passou a se chamar “2º Desafio Turma do Pedal / Cross Run”.
Distâncias: 5km, 10km e 21km. Medalha para todos que concluíssem e troféu do 1º ao 5º, masculino e feminino, nas três provas.
A divulgação, ao meu ver, foi muito boa. O mundo hoje gira em torno do Facebook – se é que sobrou alguma coisa fora dele, do Instagram, do WhatsApp e do Twitter – e por lá fiquei sabendo. Fiz logo no início a minha inscrição nos 21k: R$ 50,00. Preço que considerei justo para uma Meia. Fiz na Sobral Bike, do colega Alexandre. Quem fizesse pelo site da CronoTeam, teria ainda a taxa de num sei o que lá.
Nas semanas que antecederam o evento, o pessoal da organização foi divulgando umas “artes” com a foto do corredor, como essa abaixo. Ponto para a organização, pois essas pequenas ações ajudam na divulgação e vão empolgando quem já está inscrito.

Eu tinha planos de fazer o trajeto antes, pois o piso era predominantemente piçarra. Estrada de terra. O máximo que deu para fazer foi pegar uns trechos que tem por aqui perto de casa mesmo (não passavam de 2km).
Entre sábado (18) e sexta (24), corri em 5 dos 7 dias, totalizando quase 50km. Não sei se isso é bom ou ruim, mas que dá confiança, dá. Correr em mais dias do que o de costume e sentir-se “bem”, te faz pensar que você está preparado. Também, um cuidado semi-especial com a alimentação. Já sei o que pode fazer bem ou não, então vou tentando evitar. Tentando… Nem sempre dá. Tem hora que o Cão atenta!
Na quinta a noite fiz uma coisa que minha mãe abomina há anos: bananada com leite em pó (muito), achocolatado e farinha láctea (muita, muita). Assim que bateu no coro do “estombo”, pensei: a banana tá ruim… Claro, o leite em pó (açúcar), o achocolatado (mais açúcar) e a farinha láctea (mais açúcar) para quem quase cortou o açúcar totalmente da alimentação, não têm nada com isso. A culpa é da banana, lógico. Mas a gastura foi passando…
No entanto, na véspera da corrida, logo após o almoço (salada muita, arroz integral, feijão e carne cozida) chamei o Hugo. Foram umas três chamadas daquelas e a barriga ficou vazia. Menos de 24 horas e o medo de não ir pra corrida. Mas eu ia mesmo assim.
A situação não piorou e a tarde fui pegar o kit. Havia sido divulgado que começaria apenas as 19h, mas eu não tava com muita coragem de ir praquelas bandas a noite. No começo da tarde entrei em contato com o Walbério e ele disse que a entrega já estava acontecendo. Chamei o JC e lá fomos nós.
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Kit: Camisa, viseira, sacolinha, número de peito, chip, doce, barra de cereal e salgadinho. |
Na volta ainda compramos Açaí, que é de lei. Com ou sem dor de barriga.
Antes do açaí, ainda tomei suco de caju (uri) acompanhado de biscoito de água e sal.
Dormi cedo, dormi bem. As 5h, passei na casa da Camilla e partimos em direção à largada, marcada para o Restaurante Oiticica, no caminho para o loteamento Moradas da Boa Vizinhança.
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Últimos ajustes para a cronometragem. |
Havia um estacionamento ao lado liberado para os atletas. Ótimo. Ao chegarmos na concentração, o pessoal da cronometragem fazia os últimos ajustes e fiquei na tenda da Sprint Training. Aproveitei o alongamento e aquecimento, mas com medo de dar um desmantelo na barriga.
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Menino quieto… |
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Depois do aquecimento. Foto: Alê Machado. |
Pela primeira vez eu participava de uma corrida em que quase todo o percurso seria novidade. Os primeiros 2km, beleza, já treinamos por lá. Mas daí pra frente, só piçarra. A organização chegou a divulgar um mapa no começo mas eu confesso que não entendi direito. Na sexta ainda perguntei ao Walbério se seria um bate-volta, isto é, 10,6km reto na estrada de terra e volta pro ponto de largada, mas ele disse “não” e me explicou o percurso. Mais ou menos na altura do quilômetro 9, deveríamos entrar à direita. Passaríamos por uns sítios, fazendo o balão e voltando para a estrada inicial, retornando ao ponto de largada. Tentei reproduzir no Google Maps, mas não adiantou muito. Nesse ‘balão” tinha muita bifurcação. Então, vamos confiar na sinalização. Para garantir, levei o celular, mesmo sem muita esperança de que, em caso de necessidade, haveria sinal.
No funil de largada, em meio aos tênis gourmets, registrei essa cena:
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Ouvi dizer que ele ainda participou da prova de MTB com uma Barra Circular. |
Às 6h04min é dada a largada. “1, 2, 3, vai”.
Tentei ser mais “conservador” no começo com receio de ter problemas intestinais. Os meus pontos de referência – pessoas que têm o ritmo parecido – hoje estavam ensandecidos. Chinelaram. Eu sabia que não estava tão lento pois a moça do GPS (ela voltou) me avisava do ritmo (que até o quilômetro 10 não foi mais do que 5’50”/km). Bom, deixa o povo ir. Fazer o quê? Se eu forçar eu me… Pois é.
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Ainda na zona urbana. Foto: Alê Machado. |
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Início da zona rural. Foto: Wellington Arruda. |
Apesar de ser zona rural – ou sertão, como se diz por aqui – tem alguns perigos, sim. Primeiro, o trânsito de motos e carros. São muitas curvas e correr com fones de ouvidos não é uma boa ideia, pois o som dos veículos acaba sendo o sinal para nos precavermos. Depois, aqui, acolá, tem uns gaiatos que ficam soltando aquelas cantadas para as corredoras. “Ô prencesa”. Por isso, mais ou menos no quilômetro 9, vi que uma colega corredora ia num ritmo um pouco mais lento do que o meu e um grupo de malacabados já soltava as poesias… Acompanhei, conversamos um pouco, e chegamos no Alexandre, que hoje estava num ritmo mais lento que o habitual. Eu acho que foi do baião de dois com linguiça que ele disse ter comido na noite anterior. Já a corredora em questão, disse ter comido um mistão: baião, linguiça, carne de porco, batata frita, etc. Então ela ficou no ritmo do Alexandre e eu voltei ao ritmo inicial. Eles iam se entender.
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Foto: Alê Machado |
Antes, porém, passam por nós três corredores; já voltando! Mas isso não deveria ter acontecido. Não era para entrar à direita e fazer o balão? Eu não sabia onde estava mesmo, então esqueci disso logo em seguida. Entramos à direita na Vila Conceição.
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Primeiro ponto crítico: vai direto ou entra à direita? Tinha cones à direita. Fui à direita. Foto: print do Google Maps – Street View. |
Fiz os primeiros 10km em 59 minutos. Pra mim, ótimo. Só estranhei mesmo não estar vendo mais o povo à frente. Como esse pessoal tava correndo hoje! Jesus! Só via gente quando passava pelo pessoal da hidratação, que foi feita de maneira muito boa. Só não digo perfeita pois em alguns pontos a água estava quente; mas tinha. Isso é o mais importante.
Lá pelo quilômetro 14, um pequeno susto. Escuto uma moto (já tinha escutado várias) e ao chegar perto de mim, percebo que ela diminui a velocidade. “Levanta o braço ai, parceiro!”. Pronto… Olhei um pouquinho de lado e vi que era o pessoal da organização com as pulseiras amarelas, fazendo o controle de quem estava nos 21k. Esse foi o teste definitivo para o meu estômago e sistema de excreção. Como passei, resolvi tomar o gel que tinha levado.
Devido ao gel senti uma leve melhora e ao chegar ao quilômetro 15, dilema: direita ou esquerda? Uma seta na árvore apontava esquerda. Mas o cone – o trajeto inteiro estava sinalizado com cones, bastava segui-los – estava mais à direita.

Direita ou esquerda? Como reconhecer algo nesses termos? Foto: print do Google Maps – Street View
Fui à direita. Ai, escuto um corredor gritando mais atrás: “não é por ai, é por aqui”. Pra acabar de completar, havia umas fitinhas amarelas no caminho da direita. Como eu já tinha visto outras dessas ao longo do caminho, pensei que era sinalização. E pro lado esquerdo, não havia cones ali.
Tomada de decisão: se o caminho da esquerda for o errado, pelo menos tenho com quem voltar.
Voltei e fui para a esquerda. Era o certo. Ufa.
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O colega mais a direita (de azul) quem me avisou do caminho correto no quilômetro 15. Foto: retirada do Facebook de Edisam Vasceoncelos. |
Mais à frente, outros postos de hidratação. Tomei outro gel e nada de ver outros corredores. O pace agora estava em torno de 6min/km e eu me sentia bem. Só continuava estranhando não estar vendo as minhas referências de outras corridas. Comecei a pensar na possibilidade de o pessoal ter tomado o caminho da direita… Eita pau!
No quilômetro 18 a palmilha do meu pisante resolve se encolher e fazer um mondrongo. Incomodou bastante. Tive que parar, tirar a palmilha e recolocar. Aliviou um pouco mas voltou. Como já estava com quase 20km, resolvi ir pisando no mondrongo mesmo.
Ao ver a cidade, os prédios e as casas, alívio.
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Trajeto feito pelo grupo que entrou na Vila Conceição e não errou no quilômetro 15. |
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Quase chegando. Foto: Pedro Henriques. |
No pórtico, as bikes se preparavam para sair mas esperaram eu chegar. Cruzei a linha de chegada com 2h14’10” para 22,1km. Isso dá um pace médio de 6’04”. Tu é doido, mah! Massa demais. Dá pra fazer esse bicho em sub-2h.
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Chegada! Foto: Wellington Arruda. |
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De acordo com a cronometragem do evento, fiquei em 18º dentre 30 corredores meninos nos 21k. Mas leia até o final para entender hehehe. |
Ai, lá vem a Camilla…
– Cara, o que foi que houve!?
– Eu que pergunto: o que vocês tomaram hoje que correram tão rápido?
Conversa vai, conversa vem, descobrimos que um grupo não entrou na Vila Conceição; seguiram reto e voltaram com cerca de 10,5km. Outro grupo entrou na Vila Conceição. Parece que ainda teve um grupo que passou direto, mas voltou para entrar na Vila Conceição. E o pior: outro grupo entrou à direita no quilômetro 15. Pense numa arrumação!
A Kélvia, por exemplo, que estava bem à minha frente, chegou depois. Deve ter feito um dos outros três trajetos…
Depois dessas revelações, lembrei que eu estava com fome e fui comer. Pense numa fartura! Nada daquelas marmitas plásticas com uma banana verde, uma maçã enrugada e um docinho peba… Era tudo exposto na mesa, para quem quisesse: banana, laranja, abacaxi, melancia, doce, suco, água e até hamburguer! Uau!
De barriga cheia, fui atrás de minha medalha. Ai sim eu me perdi, mas depois encontrei uma mesa escondida entre as bikes e uma simpática senhora me entregou a medalha e uma garrafinha de brinde.

Chegada a hora dos pódios, algumas reclamações: esse negócio de turmas em trajetos diferentes para os 21k gerou confusão. Primeiro, ouvi gente dizendo que a turma que fez o bate-volta – e esse percurso deve ser considerado correto pois ao final dele estava a mesa de pulserinhas de controle! -, percorreu 21k (com margem de erro de 100m). A turma que fez o outro percurso – que considero correto pois os postos de hidratação estavam lá! – fez 22k (com margem de erro de 100m). Portanto, a princípio, alguém que fez 22k poderia ter chegado depois por ter corrido uma distância maior – e com altimetria mais difícil, segundo apuramos. Pronto, plantei a semente da treta!

No feminino, 21k, mesmo com os contratempos, a Kélvia ainda chegou em 5º. Camilla venceu, Ivana chegou em 2º, a colega que encontrei no quilômetro 9 ficou em terceiro e em quatro chegou uma corredora que não estava na lista divulgada dias antes. Ela correu 21k, mas não estava, a princípio, inscrita para tal distância. Como chamaram o nome dela para a premiação, acredito que algo foi feito entre a divulgação da lista e a prova para que houvesse mais uma competidora nos 21k.
No pódio masculino dos 21k, mais bate-boca. Uns argumentando que todo mundo correu 21k, independente do trajeto. Outros dizendo que fizeram trajeto diferente não por má fé, mas por falha na sinalização… Bom, eu que sou café com leite, sempre fico fora dessas tretas. Minha meta é subir no pódio depois dos 60, quando meus contemporâneos não tiverem mais paciência pra corridas.
A prova foi muito boa. Não sei se eu diria o mesmo caso tivesse entrado à direita lá no quilômetro 15. Nem sei se já teria chegado em casa, mas a iniciativa, a divulgação, a forma organizada como se apresentou até a largada, merecem parabéns: Parabéns!
No entanto, as falhas na sinalização do percurso foram dureza. Sérias. Sei que não foi por maldade, óbvio. Imagino o quanto é trabalhoso organizar um evento dessa magnitude, onde a corrida era só uma preliminar para o evento principal, o das bikes. As críticas acabam recaindo sobre os ombros do Walbério por estar à frente do evento mas, convenhamos: não dá para uma pessoa só ir no trajeto inteiro e colocar cone por cone. No caso do dilema do quilômetro 15, talvez a pessoa responsável pela sinalização neste trecho não tivesse experiência de corrida e achou que tava tudo certo… Sei lá… Vai saber…
Mas no caso da entrada para a Vila Conceição, ai é mais complicado… Havia cones indicando a entrada à direita. Mas também havia a mesa com as pulserinhas para quem seguisse reto!!! Depois ainda veio o motoboy entregar as pulserinhas de quem havia entrado na Vila. Até agora ainda não entendi direito.
Outro problema: falta de ambulância.
A prova não foi moleza. Ainda teve o evento das bikes depois. Muita gente envolvida aumenta a possibilidade de necessidade de socorro médico… Olhe, olhe…
Atualizando (27/11): teve ambulância. Mas juro que não vi.
Próxima loucura, digo, corrida: Desafio Sobral x Meruoca no dia 17 de dezembro. Só 24km ladeira acima para fechar meu quarto ano de corrida de rua com a 40ª. Depois, desacelerar. Ufa!
Resumo da prova:
Kit: Camisa, viseira, sacolinha, número de peito e guloseimas. Inscrição: R$ 50,00 (presencial).Balizamento: Para os 5km e os 10km, perfeito. Para os 21k ouvi relatos de quatro percursos diferentes por falta de clareza na sinalização.
Ambulância:
Hidratação: Muito boa. Água suficiente mas que em alguns pontos estava quente. Mas não dava pra pelar a língua.
Lanche pós-prova: Melhor de todas as corridas das quais já fui: Melancia, abacaxi, banana, laranja, doces, água, suco e hamburguer.
Medalha: “Metal”, bonita.
Premiação: Troféu do primeiro ao quinto, nas três provas, tanto para os meninos como para as meninas.
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Galera acompanhando a premiação. |
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Kélvia, Ivana (esq.), Camilla, eu e Ricardo. |
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Esse é o corredor raiz que vi no funil de largada. João dos Santos Manso. Número de peito na cor amarela: 21k! De acordo com o resultado divulgado pela CronoTeam, ficou em 7º lugar. Foto: retirada do Facebook de Edisam Vasconcelos. |
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