Foi difícil. Eita percurso desafiador…
Eu não tinha planejado me inscrever nessa prova. A 27ª seria a Night Run na semana anterior, mas acabei trocando a inscrição por uma da corrida do BNB Clube (Clube fundado pelos funcionários do Banco do Nordeste do Brasil em 1954), aproveitando a estada em Fortaleza esses dias. Aliás, essas três letrinhas me trazem duas lembranças: a primeira é que na minha infância acho que fui lá algumas vezes acompanhando meu pai em alguns trabalhos… A outra, já na adolescência, foi por conta do meu amigo de escola, Estevão Medeiros, que é evangélico e frequentava uma igreja bem próxima a casa de minha mãe. Um dia, ele passando aqui em frente, apontando em direção à igreja, disse: “Ei, Márcio, aquela menina ali perguntou se tu paga dois BNB nela”. Eu, na minha santa ignorância, disse: “e crente vai pras festas?”.
Voltando à corrida, o kit até que foi legalzinho; camisa, viseira e uns copos. JC vai adorar os copos. Custo de R$ 70,00 para os que fizessem inscrição in loco. Desta vez o grupo não foi completo; Marta se recupera de uma lesão (foi com muita sede ao pote) e Rosinha também optou por não correr. Mas foi para a corrida, acompanhando a sua irmã, que correu 5km.
Largada marcada para as 6h30min. Saímos de casa por volta das 5h, Válber, Victor (que agora corre 10km), Adriana e eu. A vaga esperava pela gente e estávamos no local da largada 5h40min. Uma dor, aliás, duas dores, uma em cada panturrilha, me incomodavam um pouco. No sábado da semana anterior eu havia corrido 40′ nas areias de Camocim, na terça um treino intervalado na esteira (8 tiros de 2 minutos com pace de 4’40”) e um funcional da Besta Fera na quinta; este último incluía lances de escadas, rampas, trabalho de força nos membros inferiores e superiores, e abdominais. Fábio e eu fomos as cobaias do Mestre Chaguinha. Acho que o conjunto da obra sobrecarregou as batatas; mas como se diz – e é verdade verdadeira – o que não te mata, te fortalece. Levei as polainas de compressão e pronto. Bora correr.
Victor, Válber e eu fomos para um aquecimento de uns 10 minutos, depois alongamento e funil de largada. Lá encontramos a Rosinha que estava do outro lado da grade fotografando a movimentação.
Conversando com o Válber, perguntei qual a previsão de tempo dele para hoje: “Uns 55′, 56′” disse ele. Então, avisei que iria segui-lo. Apesar das dores, achei que poderia acompanhar nem que fosse por um certo tempo.
Pontualmente às 6h30min, Paulinho Leme anunciou a largada e lá fomos nós. O primeiro quilômetro é sempre uma corrida de obstáculos, onde o importante é não trombar, mas sem perder muito tempo. Fomos pela Santos Dumont, em direção à praia. A via não era exclusiva para os corredores e o curioso é que não usaram cones para indicar a parte para carros e a parte para os atletas; usaram cavaletes! Jesus! Se alguém tromba num troço daqueles ia ser feio.
Ainda nesse primeiro quilômetro, o cadarço desatou sozinho. Parei, perdi tempo, mas ainda consegui alcançar o Válber. Só que o bendito do cadarço desatou ainda mais duas vezes, e acabei perdendo contato…
Passamos por baixo da Via Expressa e por uma primeira ladeira. Moleza… Para quem treina na Av. Cleto Ponte e até na subida da Serra da Meruoca, aquilo ali era um degrau.
Por volta de 2,5km, primeiro ponto de hidratação. Bastante água e geladinha. Logo em seguida o pessoal dos 5km entra à direita e nós, os adultos, seguimos em frente. Ai, se eu tivesse como colocar uma trilha sonora, certamente seria o clássico do Led Zeppelin: “Stairway to Heaven”. Mermão… A subida não acabava. Era uma rampa para o céu. Mas, para quem treina na Av. Cleto Ponte e até na subida da Serra da Meruoca, aquilo ali era suportável. Não andei, corri e meu coração nem parou.
Quando eu já avistava o mar, a subida acabava. Ufa! A subida já tinha ficado pra trás e estava no quilômetro quatro. Mas, no retorno, entrando à direita, outra subida.
“Oh, it makes me wonder”. Me fez pensar sobre várias coisas: pra quê passar por isso, gente? Eu poderia estar dormindo… Já tinha corrido umas 20 provas de 10km… Pra quê mais uma?
Antes que eu encontrasse a resposta, a segunda subida já tinha acabado eu já via a terceira subida. E mais uma, e outra… Parei de contar na sexta. Mesmo para quem treina na Av. Cleto Ponte e até na subida da Serra da Meruoca, aquilo ali já estava desagradável. Mas não andei, continuei correndo e meu coração nem parou.
Já pelo quilômetro oito, alcancei um trio e ouvi na hora que um disse “estamos à 5:45″. Deduzi que fosse o pace. Ai, pensei: se consegui alcançar – e passar – uns caras à 5:45, então não tá tão ruim assim!”.
“And a new day will dawn for those who stand long”.
Então, nos dois quilômetros finais estiquei um pouquinho para, pelo menos, terminar a prova em sub-60′. Deu certo. Apesar de uma última ladeirinha ao passar novamente por baixo da Via Expressa, “o dia nasceu”!
No final, 59:11. Mas com um percurso pancada que nem esse? Sinceramente, fiquei mais satisfeito do que na primeira vez que fiz um sub-60. Foi muito bom. Até comentei com alguns amigos que em 2017 me inscreveria apenas em provas de 15k pra cima, mas esse percurso da Corrida do BNB Clube foi muito bom. Pretendo participar em 2017, sim.

Recebemos a medalha e o lanche: uma banana, uma maçã, uma rapadurinha e um dindin metido a besta. O lanche bem que podia ser melhor… O balizamento estava bom. Tinha bastante gente da organização nos cruzamentos, percurso bem sinalizado, marcação de quilômetros também. Nos pontos de hidratação muita água. No saldo, muito boa a corrida. Gostei muito.

Agora é retomar os treinos para distâncias maiores. Não sei ao certo se ainda participo de provas em 2016, apesar de algumas em vista.
Ah, ia esquecendo. Quando perguntei se crente ia pra festa, achei que a jovem queria dois ingressos para alguma festa no BNB Clube, mas o Estevão esclareceu: “não mah, a menina quer que tu dê dois Beijo Na Boca dela”. Até deu certo depois, mas o pai dela me botou pra correr um dia. Da minha própria calçada… E hoje ela já não está mais entre nós. Que esteja bem, onde estiver.
Atualizando (20/11/2016): Outras fotos:


Eu não tinha planejado me inscrever nessa prova. A 27ª seria a Night Run na semana anterior, mas acabei trocando a inscrição por uma da corrida do BNB Clube (Clube fundado pelos funcionários do Banco do Nordeste do Brasil em 1954), aproveitando a estada em Fortaleza esses dias. Aliás, essas três letrinhas me trazem duas lembranças: a primeira é que na minha infância acho que fui lá algumas vezes acompanhando meu pai em alguns trabalhos… A outra, já na adolescência, foi por conta do meu amigo de escola, Estevão Medeiros, que é evangélico e frequentava uma igreja bem próxima a casa de minha mãe. Um dia, ele passando aqui em frente, apontando em direção à igreja, disse: “Ei, Márcio, aquela menina ali perguntou se tu paga dois BNB nela”. Eu, na minha santa ignorância, disse: “e crente vai pras festas?”.
Voltando à corrida, o kit até que foi legalzinho; camisa, viseira e uns copos. JC vai adorar os copos. Custo de R$ 70,00 para os que fizessem inscrição in loco. Desta vez o grupo não foi completo; Marta se recupera de uma lesão (foi com muita sede ao pote) e Rosinha também optou por não correr. Mas foi para a corrida, acompanhando a sua irmã, que correu 5km.
Largada marcada para as 6h30min. Saímos de casa por volta das 5h, Válber, Victor (que agora corre 10km), Adriana e eu. A vaga esperava pela gente e estávamos no local da largada 5h40min. Uma dor, aliás, duas dores, uma em cada panturrilha, me incomodavam um pouco. No sábado da semana anterior eu havia corrido 40′ nas areias de Camocim, na terça um treino intervalado na esteira (8 tiros de 2 minutos com pace de 4’40”) e um funcional da Besta Fera na quinta; este último incluía lances de escadas, rampas, trabalho de força nos membros inferiores e superiores, e abdominais. Fábio e eu fomos as cobaias do Mestre Chaguinha. Acho que o conjunto da obra sobrecarregou as batatas; mas como se diz – e é verdade verdadeira – o que não te mata, te fortalece. Levei as polainas de compressão e pronto. Bora correr.
Victor, Válber e eu fomos para um aquecimento de uns 10 minutos, depois alongamento e funil de largada. Lá encontramos a Rosinha que estava do outro lado da grade fotografando a movimentação.

Conversando com o Válber, perguntei qual a previsão de tempo dele para hoje: “Uns 55′, 56′” disse ele. Então, avisei que iria segui-lo. Apesar das dores, achei que poderia acompanhar nem que fosse por um certo tempo.
Pontualmente às 6h30min, Paulinho Leme anunciou a largada e lá fomos nós. O primeiro quilômetro é sempre uma corrida de obstáculos, onde o importante é não trombar, mas sem perder muito tempo. Fomos pela Santos Dumont, em direção à praia. A via não era exclusiva para os corredores e o curioso é que não usaram cones para indicar a parte para carros e a parte para os atletas; usaram cavaletes! Jesus! Se alguém tromba num troço daqueles ia ser feio.
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Eu bem no canto direito (234) e o Válber um pouco mais atrás. Foto: Fotos Run/Rubens Melo. |
Passamos por baixo da Via Expressa e por uma primeira ladeira. Moleza… Para quem treina na Av. Cleto Ponte e até na subida da Serra da Meruoca, aquilo ali era um degrau.
Por volta de 2,5km, primeiro ponto de hidratação. Bastante água e geladinha. Logo em seguida o pessoal dos 5km entra à direita e nós, os adultos, seguimos em frente. Ai, se eu tivesse como colocar uma trilha sonora, certamente seria o clássico do Led Zeppelin: “Stairway to Heaven”. Mermão… A subida não acabava. Era uma rampa para o céu. Mas, para quem treina na Av. Cleto Ponte e até na subida da Serra da Meruoca, aquilo ali era suportável. Não andei, corri e meu coração nem parou.
Quando eu já avistava o mar, a subida acabava. Ufa! A subida já tinha ficado pra trás e estava no quilômetro quatro. Mas, no retorno, entrando à direita, outra subida.
“Oh, it makes me wonder”. Me fez pensar sobre várias coisas: pra quê passar por isso, gente? Eu poderia estar dormindo… Já tinha corrido umas 20 provas de 10km… Pra quê mais uma?
Antes que eu encontrasse a resposta, a segunda subida já tinha acabado eu já via a terceira subida. E mais uma, e outra… Parei de contar na sexta. Mesmo para quem treina na Av. Cleto Ponte e até na subida da Serra da Meruoca, aquilo ali já estava desagradável. Mas não andei, continuei correndo e meu coração nem parou.
Já pelo quilômetro oito, alcancei um trio e ouvi na hora que um disse “estamos à 5:45″. Deduzi que fosse o pace. Ai, pensei: se consegui alcançar – e passar – uns caras à 5:45, então não tá tão ruim assim!”.
“And a new day will dawn for those who stand long”.
Então, nos dois quilômetros finais estiquei um pouquinho para, pelo menos, terminar a prova em sub-60′. Deu certo. Apesar de uma última ladeirinha ao passar novamente por baixo da Via Expressa, “o dia nasceu”!
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Ultima ladeirinha, pra acabar. Foto: Fotos Run / Rubens Melo. |

Recebemos a medalha e o lanche: uma banana, uma maçã, uma rapadurinha e um dindin metido a besta. O lanche bem que podia ser melhor… O balizamento estava bom. Tinha bastante gente da organização nos cruzamentos, percurso bem sinalizado, marcação de quilômetros também. Nos pontos de hidratação muita água. No saldo, muito boa a corrida. Gostei muito.

Agora é retomar os treinos para distâncias maiores. Não sei ao certo se ainda participo de provas em 2016, apesar de algumas em vista.
Ah, ia esquecendo. Quando perguntei se crente ia pra festa, achei que a jovem queria dois ingressos para alguma festa no BNB Clube, mas o Estevão esclareceu: “não mah, a menina quer que tu dê dois Beijo Na Boca dela”. Até deu certo depois, mas o pai dela me botou pra correr um dia. Da minha própria calçada… E hoje ela já não está mais entre nós. Que esteja bem, onde estiver.
Atualizando (20/11/2016): Outras fotos:


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