Era isso que eu sentia até quarenta minutos antes da largada. Não sei se consigo dizer exatamente o motivo disso, mas alguns fatos durante a semana podem ter causado (ou aumentando) essa nhaca!
Primeiro, os meus horários não estavam batendo com os da orientadora. Quando dava pra um, não dava pro outro. Quando dava pro outro, não dava pro um. Nas últimas duas semanas só conseguimos fazer um treino juntos.
A minha última semana foi puxada e esquista. Puxada pois fora cheia de preparativos e trabalho: preparativos para a VI Semana de Matemática; preparativos para a Feira das Profissões no Outubro UVA; trabalhando no projeto pedagógico do curso; trabalhando num vídeo curso aí… Programação especial na escola do pequeno (o que requer adequação da programação do papai e da mamãe). Tudo isso numa semana com um feriado bem na quarta, onde várias pessoas aproveitam para imprensar segunda-terça e quinta-sexta. Ai, qualquer coisinha que dependa de pessoas assim, atrasa mais ainda… No sábado ainda fui assistir uma palestra pela manhã, Maratoninha SESC com o JC a tarde e aniversário de um coleguinha do JC a noite.
Esquisita porque estou em dias meio assim de “Zona Morta”, de limbo… Meio que procurando o sentido da vida e tudo o mais, me questionando sobre a razão de fazer as coisas que faço. Principalmente sobre o meu comportamento frente as redes sociais. Confrontando o virtual e o real, quem tá moldando quem?
Claro que a corrida também entrou nessa lista de coisas, mas procurei não pensar demais pois apesar de gostar e estar até bem fisicamente, sei que basta perder um dia de treino por uma desculpa qualquer e tudo pode começar a vir abaixo. Só consegui ir uma vez pra academia, mas consegui fazer dois bons treinos (na terça e na quinta) e pelos menos a parte mecânica estava pronta. Restava a parte principal: a cabeça.
A alimentação também estava na pauta de reflexões. Graças aos ajustes orientados pela nutricionista, as melhoras foram significativas, mas as semanas vão passando e vou me enchendo de tanto me encher de abacate, chia, canela, pão integral… Enche, mas não tem muito o que fazer. Lembro dos exames antes e depois da dieta e a frescura passa…
Aliás, como é invocado esse negócio de mudar a alimentação. No sábado a noite fui provar um salgadinhos e a sensação era de ter comido olho de cabra.
Bem, vamos falar mais especificamente sobre a Corrida do Médico.
No Brasil, o dia 18 de outubro é o dia do Médico. Em Sobral tivemos essa corrida e em Fortaleza a Corrida da Unimed. Aqui estava eu, lá estava o resto da turma que sempre corre em Fortaleza. O kit de lá tinha até Mixer (um bicho que tritura comida), marróia!?
A Corrida do Médico foi divulgada com bastante antecedência. Primeiro lote a R$ 40,00, segundo lote por R$ 50,00 e terceiro e último lote, R$ 60,00. Por esquecimento, não comprei no primeiro lote, mas apenas no segundo. A organização foi a mesma da Corrida da Blosson, realizada em 2015.
Eu sempre defendo a realização de corridas por parte de pessoas que verdadeiramente gostam desse esporte. Afinal, me interessa correr. Mas sabemos que uma corrida gera custos e uma coisa que achei falha na organização foi a não presença na Corrida do SESC em setembro. Pelo menos eu não vi nenhuma ação de divulgação da Corrida do Médico lá. Ora, em Sobral, quem corre certamente vai pra Corrida do SESC pois além de tradicional, ela é gratuita. Então, era a chance de atingir o maior número de pessoas! Bem, mas não me cabe julgar. Deve ter uma razão para isso…
Fato é que a corrida estava sendo divulgada nas redes sociais e essa exposição se intensificou com a aproximação da data. Não sei se atingindo muita gente, mas quem já tinha curtido a página do evento, sempre recebia notícias… Alguns brindes e sorteio de passagem para a Meia Maratona de São Paulo em 2017 estavam entre os “mimos” prometidos.
A entrega de kits estava marcada para sexta (14) e sábado (15). Na sexta não deu pois passei o dia “em estúdio”; gravando e editando aulas. Apesar do sábado corrido, ao sair da palestra no Centro de Educação a Distância (CED) corri até a academia Top Fitness e fui receber o kit. Conferiram meu nome e pedi uma camisa tamanho M. “Acabou”. Pedi P. “Aqui, é a última. Agora só tem G”. E umas três ou quatro pessoas chegaram nesse instante. “O quê? Só tem G? Égua, mah…”. Antes que me oferecessem dinheiro pela troca da camisa, sai rapidinho. Quase 13h e a fome açoitando.
Cheguei em casa, almocei, pisquei e já era hora da Maratoninha SESC. Voltamos, sentei, pisquei e já era hora de ir para o aniversário do coleguinha do JC. Comi salgadinho de olho de cabra, me arrependi. Cheguei em casa e voltei para o alface, pimentão amarelo, abacate e frango. Feliz da vida. Depois suco de uva com gengibre e chia, sem açúcar e sem coar. Hum, que delícia!
Deitei, vi que o Ceará levou mais uma chibatada na série B e que iria começar o horário de verão. Fiquei pensando que iria acordar uma hora mais cedo pois o celular com certeza ia entrar no horário de verão por vontade própria. Procurei nas configurações e nada sobre horário de verão. Mesmo assim eu sabia que ele ia aprontar. Dito e feito: uma hora antes…
Acordei, levantei e pensei: “e se eu não fosse?”. A preguiça gritava dentro da minha cabeça e eu tentando me convencer que era dor de cabeça. Isso era bom, pois as pessoas com dor de cabeça devem descansar. Voltei, deitei. Mas surge do nada, como aquela mão que aparece em close nos filmes em que o mocinho cai de um penhasco, a voz da consciência. “Meu fi, se manque. Se levante e vá pra corrida”. Aff! Como adolescente em primeiro dia de aula, lá fui eu. E ai, se é pra frescar, bora frescar: vou a pé pra essa corrida. A largada seria a quase 4km aqui de casa. Aquecimento.
Me preparei, avisei a Ju que fosse me buscar e pronto #Partiu.
Sol brabo da gota! Mas tinha uma brisa… Depois de uns dez minutos de caminhada, um trote para aquecer de verdade. Cheguei no local da largada faltando dez minutos. Vi o grande Celsão Trindade que me recebeu, como sempre, com um abraço e o “E aí, meu zagueiro!?”. Como sempre, retribui com o “fala meu camisa 9”. Tempos de racha no SESC… Márcia Santos e eu.
Depois vi a minha xará, Márcia Santos, prontinha para os 10km. Como é determinada essa jovem. Serviu de combustível! A preguiça, agora, tinha passado de vez!
Pontualmente a largada aconteceu às 7h. Ponto para a organização. Antes, porém, o último lembrete dos percursos (2,5km, 5km e 10km). E lá fomos nós.
Nos primeiros 500m fui batendo um papo com o Celso.
– Tá fininho né? Parecendo uma bailarina. Bora pros 50k do Araripe!? – Tu é doido, agora que fiz uma meia! – Que que tem? Bora!
Para quem nem queria sair da cama para correr 10km, receber um convite para correr 50km… Obviamente a resposta seria sempre não. Não. Não. Não!
Celso seguiu no seu ritmo e eu tentei identificar corredores que tinham mais ou menos o meu ritmo. Identifiquei dois e fui escoltando-os. O trajeto já era conhecido e eu tinha uma boa noção da distância. A primeira marcação de distância apareceu aos 2,5km junto com o primeiro posto de hidratação. Água geladinha, como deve ser. Mais um ponto para a organização.
Segui escoltando meus dois pontos de referência, mas um se distanciou. Fiquei na dúvida. Não sei se vou ou se fico… Afinal, a outra corredora que permanecia ali era experiente. Não sei o seu nome, mas sempre a vejo nas ruas de Sobral e é experiente. Por volta de 4km resolvi arriscar. Forcei um pouco mais e continuava me sentindo bem. Então a ideia era manter assim até o quilômetro final.
Ao chegar no quilômetro cinco, a placa dizia 7,5km. Acho que os novatos, entraram em pânico, pois isso era no retorno, em frente a Lassa (fábrica de laticínios). Mas a água estava geladinha e o fotógrafo já tinha me clicado pela segunda vez. Espero que não tenha queimado a foto.
Ali eu já tinha gastado 27’30”. Nada mal para mim. O sol apesar de brilhante não estava castigando tanto (ainda). Uma brisa agradável estava pairando por ali.
Ao passar novamente pelo primeiro ponto de hidratação, ou seja, aos 7,5km, uma placa: 5km. Eita, menino! Mas a água estava geladinha.
Ai, comecei a sentir os efeitos da temperatura. Veja que estamos falando de algo em torno de 7:40 da manhã. Mas é Sobral. Aqui não existe manhã ou tarde. É sempre meio-dia. Tava complicando, mas procurei manter o ritmo. Tava no final, já.
Nesse momento, próximo ao Hospital Dr. Estevão, passo por um outro corredor que parecia já estar bem mais cansado do que eu. E ele ainda dava uns gritos tipo jogador de tênis. Mas era uns “ai”. “Aaaaaai”. Pronto, o cara vai cair aqui e eu sou o que está mais próximo dele… Mas escutando bem, parecia uma tática para que o cansaço saísse no grito. Diabeisso…
Um pouco depois dos 8km, outra placa: “Só resta 1km”. A matemática dessa prova estava irada! Mas a água estava geladinha. Em todos os postos, a água geladinha. Quesito água: perfeito nessa prova. E lá vinha o trem. Não sei se chegou a atrapalhar alguns corredores, pois quem ainda viesse antes da Margem Esquerda, certamente teria que parar para o trem passar. E era o trem da fábrica de cimento, aquele que tem uns 100 vagões (e são uns cem mesmo, não é exagero).
Ai, no final da prova, um último fato curioso. Quando chego no cruzamento do SESI, o rapaz responsável pelo balizamento olha pra mim e diz: “para aí, pro carro passar!”. Não parei. Só esperando a multa chegar…
Aliás, uma coisa que deixou a desejar na prova foi o balizamento. Claramente poucas pessoas no staff e consequentemente alguns cruzamentos por conta da boa vontade dos motoristas de Sobral. Em outros pontos fomos salvos pela ciclovia, pois não havia cones suficientes. No entanto, ainda parabenizo o Mauro Bonfim e sua assessoria pela iniciativa. Quando tiver outra, vou de novo. Para que a corrida cresça ainda mais em Sobral, precisamos de corridas!
Na reta final, um monte de gente no meio, tipo pênalti em campo de várzea, quando a torcida só deixa o espaço entre o goleiro e o batedor, mas eis que aparece o JC para fazer os últimos metros comigo. Já há mais de um ano que isso não acontecia.
Tempo final: 57:03. Medindo no Google Maps, foram mais de 10k. Pace médio de 5:36. Ou seja, passada a preguiça, a mecânica responde bem.
Ao final, medalha que não enferruja, banana, maçã, tangerina e bolinho de chocolate. Água geladinha.
Ainda encontrei novamente o Celso, vi a Márcia Santos chegar.
Enquanto isso, em Fortaleza, a turma completava a prova da UNIMED.
Preguiça de lado, Felipe e Helder ostentando 40k em Sobral, Camilla em Fortaleza ostentando 26k, convite pra 50k, galera correndo em Fortaleza… Não posso dar espaço para essa preguiça. Então, com relação à corrida, reflexão realizada. Vamos seguir refletindo e trabalhando nos outros quesitos da vida 🙂
Em comemoração aos 246 anos, a III Meia Maratona de Sobral (MMS). As provas em 2017 e 2018 foram muito boas, com a do ano passado tendo corrigido muitos problemas da de 2017. Porém, esse ano, acho que houve um passo para o lado. Houve alguns pontos diferentes, mas no geral acho que não podemos considerar como melhorias. Em termos de divulgação, fica difícil julgar se foi mesmo adequada pelo fato de que não dá pra esquecer dessa prova: meia maratona em Sobral, no aniversário de Sobral, eu tendo um filho que faz aniversário no mesmo dia que Sobral. Então, fico monitorando pelo site do evento, com os colegas de assessoria, etc. Mas houve divulgação pelo rádio e pelas redes sociais, principalmente com sorteios de cortesias. Foram vários! Aliás, falando em sorteio, nos anos anteriores fui contemplado com cortesia. Porém, como esses sorteios só acontecem bem perto da prova, não dá pra ficar esperando a sorte chegar. Me inscrevo e depois ganho… Mas, quando ganho, doo a cortesia. Esse
Estamos quase completando metade de 2016 e ainda estou na terceira corrida do ano… São vários fatores. O primeiro deles é que decidi fazer menos provas. A logística é complicada: acordar cedo, cortar o sono de outras pessoas e enfrentar Fortaleza na madrugada. Depois da prova, pegar a estrada e voltar pra Sobral. Além disso, depois do assalto, acabei baldeando a planilha. E pra acabar de completar, adiamento e cancelamento de prova. Aliás, vou começar por este último. Esse ano botei na cabeça que vou fazer uma meia maratona. É bom, então, fazer uma prova de 15km. O problema é que estas provas não existem em Fortaleza. No “calendário” teríamos apenas duas. Me inscrevi pra uma que foi adiada e depois cancelada. A prova da UNIFOR (Universidade de Fortaleza) é tradicional. Em 2016, a vigésima quarta edição. Mas na sexta-feira a tarde recebo a notícia de que a mandatária do grupo Edson Queiroz, dono da UNIFOR, falecera. Vai ser adiada, pensei. Entrei em contato com um amigo que lá tra
Metade do ano já se foi e só agora conquistei minha segunda medalha… E foi bem conquistada 😀 Parece que Sobral, definitivamente, tem um calendário de provas. Salvo engano esta foi a quarta prova em 2018 e confirmadas já estão pelo menos mais sete! A de ontem foi a nova queridinha dos corredores sobralenses: a Meia Maratona de Sobral – MMS, em sua segunda edição. Assim como em 2017 , ótimo custo benefício – inscrições entre 30 e 50 reais – e excelente premiação: mais de 36 mil reais. Prêmio em dinheiro, medalha e troféu para os três primeiros em cada distância (masculino e feminino), premiação por categoria, premiação especial para quem reside em Sobral, premiação para cadeirantes e paratletas. Tudo pago na hora. Chegou, ganhou. A divulgação começou um pouco mais cedo que em 2017 e me pareceu melhor: rádio, comercial naquelas TVs de shopping e supermercado, Facebook da prefeitura… No entanto, parece que os corredores demoraram um pouco para se empolgar com o evento. As inscriçõe
Comentários
Postar um comentário