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#14 - I Sky Run

Inicialmente eu não participaria dessa prova, pois já tinha me planejado para estar na etapa de Sobral do Circuito SESC, marcada para uma semana depois. A experiência de participar de corridas em semanas seguidas não tinha sido muito boa (Night Run e Gran Marquise). Mas, como o marketing do Felipe Almeida foi convencedor e o Valber disse que iria, resolvi me inscrever. Além disso, seria uma prova bem próxima do meu 37º aniversário. Serve de comemoração, embora sendo dia 6 de setembro, três dias depois. Vale.

A divulgação desta prova começou uns seis meses antes, eu acho. Toda semana o Felipe soltava uma atração para esta corrida: percurso diferente da mesmice da praia, premiação por faixa etária, medalha diferenciada para os TOP 50 feminino e TOP 50 masculino nos 5 km e nos 10 km, entre outras coisas. A divulgação era pesada no Facebook e presente nas demais provas. Panfletos e corredores já com a camisa do evento eram comuns.

Achei interessante a proposta da corrida pois se tratava de iniciativa de um apaixonado pelo esporte. Foi visível o empenho do Felipe nos meses anteriores. 

Fiz minha inscrição e quase consigo com que minha irmã fizesse sua estreia em corridas. Mas ela acabou não fazendo. Ela tem dessas coisas.

A entrega do kit foi no mesmo local da largada, Ceará Moda Shopping na Av. Luciano Carneiro. Em algum lugar entre a Rodoviária "Grande" e o Aeroporto. Tudo tranquilo e a camisa P era bem P, mas no tecido adequado: poliamida. Bonita, a camisa.

Na volta, fiz uma parte do percurso de carro. Bem plano, o trajeto. Seria uma boa corrida.

No sábado combinei com o Valber o horário da ida. O Dirceu não iria dessa vez. Saímos, como sempre, duas horas antes da prova. Ao chegarmos, ainda escuro, vimos logo o Felipe carregando grade de um lado pro outro e o pessoal da organização correndo para deixar tudo no ponto. Claramente parecia que estavam atrasados, mas quando se percebe que todos estão trabalhando duro para aprontar tudo, não há motivos para ficar zombando ou reclamando. Afinal, era a primeira corrida e havia, sim, muito boa vontade.

Logo chegou um outro senhor, Fernando Fernandes, eu acho, era o seu nome. Digo "senhor" pois ele falou que tinha 63 anos. Mas antes disso, o chamaria de 'meu chapa' facilmente. Até a pele dele era bonita. Caramba! Quero ser assim aos 63 anos.

É sempre bom quando alguém mais vivido, com mais tempo em uma determinada prática, chega e te conta a trajetória dele. É inspirador. Ficaríamos ali por horas ouvindo as suas aventuras, mas tínhamos aquecimento por fazer. Nos desejamos boa prova e cada um foi para um lado. Sendo que Valber e eu fomos para o mesmo lado. Antes de chegarmos a área do aquecimento, encontramos um amigo do Valber. Diego, eu acho. Uma figura. Ele foi para o aquecimento com o Valber e eu fui para as ruas mais afastadas, pois o trânsito de corredores no aquecimento estava intenso. 

Já por volta de 6h20min, quando já me preparava para terminar o aquecimento, vi um participante que chegou com seu carrão e o colocou bem na esquina. Como sou um eterno revoltado com aqueles que não respeitam esquinas, faixas de pedestres, sinais vermelhos e coisas do tipo, ainda que em circunstâncias diversas, disse alguns impropérios mentalmente com aquele cidadão. Ai, fui para o funil de largada.

Achei estranho um caminhão enorme junto dos corredores... O locutor avisa que era o carro com a água para os pontos de hidratação que estava preso ali. Nem iria para frente, pois o pórtico de largada era mais baixo que o caminhão, nem iria para trás, pois alguns carros estavam no caminho, além de um ônibus de uma empresa ao lado. Para o ônibus sair, os carros pequenos deveriam sair. Para o caminhão da água passar, o ônibus deveria sair. 

Dos quatro carros de passeio, três saíram logo, mas o quarto, não. Os locutores - sim, eram dois - do evento avisaram várias vezes mais um carro ainda estava lá. Advinha qual? Isso mesmo: o carrão que estava na esquina. Não me contive e gritei: "é um Fusion preto!". Acho que nem foi tão alto assim, mas coincidência ou não, uns três minutos depois estava tudo liberado e finalmente seria dada a largada.

Um pouco depois das 7h, saímos. A largada era de uma rua lateral ao shopping e o percurso era bem simples: entramos à direita na Luciano Carneiro e iríamos até a última rua antes do Aeroporto. Entraríamos à direita e depois novamente à direita para subir pela Av. dos Expedicionários. Ao chegar na Av. Borges de Melo, novamente à direita e depois direita de novo na Luciano Carneiro. Se fosse a Fórmula Indy diria que é um circuito Oval. 

Quem estava na prova de 5 km daria uma volta. Quem estava nos 10 km, claro, daria duas voltas.

Primeiro problema: a segunda curva se deu antes do previsto. Depois soubemos que foi determinação da AMC. Resultado: percurso final foi de apenas 9 km.

Então, tudo indicava que eu poderia baixar o pace médio. O tempo total, claro, seria menor, pois o percurso não era de 10 km. 

Parciais segundo o aplicativo Runkeeper.

Na segunda volta, acabei adotando a estratégia de pegar carona com os outros corredores. Quando via alguém que achava que dava para acompanhar, ia até não aguentar mais. Depois fazia isso com outro, e outro... Não adiantou muito, mas deu para manter um pace próximo, em alguns momentos um pouco melhor, do que eu vinha fazendo nas últimas corridas.

Massa quando o fotógrafo te fotografa correndo e não fazendo mungango!

Nos últimos metros resolvi fazer algo muito comum entre os corredores mas que eu sempre relutava: o sprint final. No bom cearês: assunguei. Meu monitor cardíaco marcou 185 bpm mas passei uma ruma de gente. 

No final, tempo total de 58'19''. Devido ao percurso reduzido, isso representa um pace médio de 6:28. Mantive o desempenho das provas anteriores. 

Valber e Diego me esperavam na chegada - eles foram para prova de 5km - e por não saberem ainda que o percurso não tinha 10 km, vibraram e me deram parabéns por ter feito o sub 60'. Fui logo explicando e mostrando o GPS. Ainda não foi dessa vez. Na verdade, teria feito praticamente o mesmo tempo da prova anterior (1h04min).

Valber, Diego e eu depois da prova.
Ficamos até o final da premiação na esperança de sermos agraciados com os Nimbus 17, mas não foi dessa vez. Ao ir para casa, paramos para falar com o Felipe e dar os parabéns. Apesar de não ter sido 100% - nenhuma é - foi uma grande experiência. Que venham mais iniciativas como esta.

Agora era descansar e pegar a estrada no dia seguinte, feriado. No domingo posterior, prova em casa. Circuito SESC.

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